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    O Sétimo Filho
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    O Sétimo Filho

    Fantasia furada

    por Lucas Salgado

    A literatura de fantasia tem sido um dos alvos principais do cinema desde que O Senhor dos Anéis e Harry Potter alcançaram o sucesso nas bilheterias (e no coração dos fãs) no início dos anos 2000. Desde então, dezenas de produções tentaram repetir o resultado. As Crônicas de Nárnia e Percy Jackson até conseguiram gerar sequências, mas não foram unanimidades. Pior ainda foi o caso de Eragon, Dezesseis Luas e Os Instrumentos Mortais, que tiveram suas continuações canceladas após o fracasso do original. O Sétimo Filho deve seguir o mesmo caminho destes últimos.

    Contando a mesma história de sempre do menino que é "o escolhido" e que deve combater forças que ele não conhecia para salvar o universo, o longa é burocrático e desinteressante. Não empolga, não envolve e não oferece muitos atrativos para os espectadores, que ficam o tempo todo com a sensação de que já viram tudo aquilo antes. E já viram mesmo.

    Jeff Bridges (Por que?) interpreta John Gregory, um notório caça-feitiços (sério!). Trata-se de um caçador de bruxas. Ele trabalha sempre ao lado de um companheiro, que tem que ser o sétimo filho de um sétimo filho. Após perder seu discípulo, ele vai atrás de um outro sétimo filho e descobre Thomas Ward (Ben Barnes), um fazendeiro completamente despreparado para os confrontos que surgirão. É claro que ele aprende tudo o que precisa em poucos dias de treinamento e logo se mostra capaz de ajudar na caça a bruxa mais famosa da região, Malkin, que é interpretada pela recém-oscarizada Julianne Moore (Por que? Por que?!?).

    Em meio a jornada, Thomas acaba se envolvendo com uma jovem misteriosa (Alicia Vikander), que é uma bruxa sobrinha de Malkin. Ela se verá em conflito tendo que escolher entre o jovem amor ou sua família. Sim, o filme também traz o clichê do amor impossível entre inimigos.  

    Falta muita coisa para O Sétimo Filho ser considerado um bom filme. Mas a principal é personalidade. Não funciona como fantasia, investindo em termos bobos como meio-bruxa ou caça-feitiços, contando com cenas ridículas (como a faísca azul que representa o amor eterno quando duas pessoas destinadas a estarem para sempre juntas se tocam...) e oferecendo diálogos e frases pouco inspiradas, como "Esvazie seu coração de tristeza e enche-o de coragem" (sério!!!).

    Com direção pouco inspirada de Sergey Bodrov, The Seventh Son (no original) curiosamente se sai bem em algo que a maioria dos blockbusters hollywoodianos erra: na utilização do 3D. O longa não se preocupa em ficar jogando itens na cara do espectador, trabalhando mais a questão da perspectiva de profundidade. É impressionante ainda o fato de filme ser relativamente claro para uma produção que utiliza-se do formato. Mesmo as cenas realizadas de noite são bem nítidas, o que não acontece na maioria das vezes.

    O filme também conta com bons efeitos especiais, mas os personagens são tão vazios e a história é tão banal que é difícil se conter apenas com belos efeitos.

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    Comentários

    • Wanderson Silva
      Parece que os filmes de fantasia dos últimos anos seguem uma fórmula bem manjada tipo,coloquem fotografia,cenários e figurinos sensacionais e esqueçam o principal,a história ,quena maioria das vezes é tratada de supetão,de forma superficial,aonde personagens importantes são esquecidos ou totalmente descaracterizados,quando não são fundidos com outros. Desse jeito,não há estrela de Hollywood ou efeito especial que suporte tamanha incompetência em trazer uma boa história da literatura para o cinema,uma tarefa difícil,mas não impossível,que os produtores parecem não possuírem a menor noção do que estão fazendo.
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