Wall-E (2008) é um filme que eu daria nota 4/5. Ele é um exemplo perfeito de como a Pixar consegue criar uma obra que mistura profunda mensagem social com uma animação visualmente impressionante, mas que, ao mesmo tempo, tem um ritmo que pode ser um pouco entediante para quem não está tão disposto a mergulhar no seu estilo mais contemplativo.
O filme tem uma premissa maravilhosa: Wall-E, um robô que sobrevive na Terra após a humanidade ter deixado o planeta devido à poluição extrema e ao abandono. Ele passa seus dias sozinho, realizando tarefas de limpeza, e se apaixona por uma nave chamada Eve. Embora a trama seja simples, a maneira como é desenvolvida, com pouca fala e muita ação visual, é algo que realmente se destaca. Não é um filme que aposta em diálogos rápidos ou cenas frenéticas, mas sim em uma narrativa mais lenta e visual, o que pode ser tanto encantador quanto cansativo, dependendo do espectador.
A parte mais impressionante de Wall-E é, sem dúvida, a sua animação e o design do mundo pós-apocalíptico. A Terra está coberta de lixo e devastada, mas a maneira como a Pixar consegue transmitir uma sensação de desolação e solidão sem usar muitas palavras é genial. A interação de Wall-E com os objetos e os pequenos momentos de descoberta de novos itens fazem com que você se conecte com ele de forma única. Mesmo sendo um robô, você sente a solidão e a esperança em seus olhos, o que é uma grande conquista para um personagem tão simples.
Além disso, Wall-E transmite uma crítica muito relevante sobre o consumismo, o impacto humano no planeta e a busca por um propósito, mas faz isso de uma forma bastante sutil. O filme é repleto de mensagens sobre como a humanidade perdeu seu contato com o ambiente e com a verdadeira conexão emocional, o que é abordado de maneira muito bonita e reflexiva.
O problema para mim está no ritmo do filme, especialmente nos primeiros 40 minutos, onde praticamente não há diálogos. Para quem espera uma experiência mais animada e ágil, essa parte pode se arrastar um pouco, tornando o filme menos envolvente. Embora essa escolha narrativa seja uma das qualidades de Wall-E para muitos, para outros pode parecer excessivamente lento e, às vezes, um pouco entediante.
A segunda metade do filme, quando Wall-E e Eve se aventuram no espaço e conhecem a estação espacial onde os humanos vivem, traz mais ação e dinamismo, o que melhora o ritmo e torna o filme mais envolvente. O desenvolvimento do relacionamento entre Wall-E e Eve é fofo e emocionante, com momentos genuinamente bonitos.
Em resumo, Wall-E é um filme visualmente deslumbrante e com uma mensagem poderosa, mas o ritmo pode ser um desafio para quem busca uma experiência mais ágil. É lindo de assistir e tem um toque emocional e filosófico, mas definitivamente requer paciência e disposição para abraçar seu estilo mais lento.