A atriz espanhola teve que superar muitos desafios e medos para ter sucesso em Hollywood.

Penélope Cruz é um raio de esperança para qualquer espanhol que sonha em alcançar seus objetivos do outro lado do oceano. Esta jovem de Alcobendas, que cresceu no salão de beleza Encarna, administrado pela mãe, desde os 5 anos, nunca imaginou que trabalharia ao lado de Scarlett Johansson, Tom Cruise, Charlize Theron ou Matt Damon. Mas agora, aos 51 anos, ela é a realeza de Hollywood.
Parece que ela está lá há uma eternidade, mas tudo começou no final dos anos 90, quando ela ousou se aventurar e trabalhar em inglês. Enquanto seu primeiro filme estrangeiro foi Talk of Angels, de Nick Hamm, um filme romântico ambientado nos primeiros dias da Guerra Civil Espanhola que mal arrecadou 18 mil dólares, sua verdadeira estreia em Hollywood foi Terra de Paixões, ao lado de Patricia Arquette, Woody Harrelson e Billy Crudup.

Marion Cotillard escreveu em um artigo sobre Cruz para a Interview Magazine que quando a espanhola "filmou seu primeiro filme americano, Terra de Paixões (1998), dirigido pelo britânico Stephen Frears, ela falava muito pouco inglês". A atriz chegou aos Estados Unidos determinada a superar a barreira linguística, mas passou por momentos terríveis: "Eu ia ao banheiro, chorava e voltava.", declarou a atriz.
"Os primeiros anos foram difíceis porque passei um pouco pela mesma coisa que Antonio [Banderas]. Cheguei com o roteiro aprendido e pouco mais. Falava muito pouco inglês. Já tinha estudado francês antes e falava muito pouco. Detestava me perder conversando nas leituras de roteiro, no trabalho de escritório, eu levava isso muito a sério. Além disso, bem, estar sozinha... Ninguém me obrigava. Eu ia e voltava, tinha minha passagem de ida e volta", disse ela no programa Versión Española.
A experiência em Terra de Paixões foi o início de uma mudança radical. Ela mesma conta ao The Guardian: "Fui para os Estados Unidos com passagem de volta. Pensei que ficaria lá por três meses [para filmar Terra de Paixões em 1998] e depois voltaria para casa. Aí consegui outro papel." E depois outro, e outro, e outro, e assim ela construiu uma filmografia invejável que parou quando se tornou mãe em janeiro de 2011. Até então, passou mais tempo em Los Angeles — uma cidade que nunca pareceu um lar — e se estabeleceu em Madri, onde sempre quis estar.
"É aqui que estou criando meus filhos. Aprendi muita coisa e, durante esses anos tão importantes, não quero perder nada enquanto eles crescem", disse ela em entrevista à CBS. A jornada do salão de beleza de Alcobendas até o palco do Oscar — onde recebeu um prêmio por seu papel em Vicky Cristina Barcelona — não foi fácil, mas definitivamente valeu a pena.