Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
A Hora do Espanto

FORA DE ÉPOCA

por Roberto Cunha

Parte do público já deu sinais de que não está curtindo muito esta história de refilmagens, mas Hollywood vem exibindo ao longo dos últimos meses alguns produtos desta "safra" e isso deve se estender até o fim do ano. Mas se o ditado popular afirma que nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que é refeito precisa ser necessariamente ruim somente por não ser o original. Pode ser, por exemplo, apenas regular.

Charley (Anton Yelchin) mora em Las Vegas e seu melhor amigo Ed (Christopher Mintz-Plasse) tá desconfiado que o novo vizinho, Jerry (Colin Farrell), é um vampiro. Só que Charley conseguiu conquistar Amy (Imogen Poots), uma gata da escola, e não dá a menor bola para a história do parceiro, que acaba sumindo misteriosamente. Aí, ele decide investigar e ao descobrir a verdade, procura ajuda na única pessoa que entende do assunto: Peter Vincent (David Tennant). O problema é que o cara um famoso mágico e não um caça-vampiros. Vai dar certo?

A trama é bem parecida com a do longa anterior e até mesmo os nomes foram mantidos. Com relação a esse detalhe, inclusive, tentam fazer piada (+ de uma vez) com o fato do vampirão se chamar Jerry, mas não colou. O humor, aliás, parece estar embalado em dentes de alho é ficou fraquinho, pegando mais volume nas sequências totalmente trash quanso eles são atacados, mas mas não espere rolar de rir.

Dirigido por Craig Gillespie (A Garota Ideal) e produzido pela mesma equipe de Motoqueiro Fantasma e Códigos de Guerra, não dá para dizer que o trabalho não foi profissional. O elenco corresponde bem aos papéis e os efeitos especiais são de boa qualidade, com boas transformações e algumas batalhas são "divertidas". A opção pelo 3D, no entanto, não fará grande diferença, uma vez que objetos arremessados na direção das poltronas parecem mais "estacas" no coração de quem procura criatividade, que nesse caso passou longe.

Entre as curiosidades, a ponta de Chris Sarandon, o vampiro Jerry do filme original e o fato da mocinha (Poots) lembrar Elisha Cuthbert (Show de Vizinha), mas com menos sex-appeal.

O fato é que o deboche do vilão soou datado e a sensualidade das cenas do passado foi renovada, mas ficou sem frescor. E ainda sem a música tema "Come to Me", de Brad Fiedel, tocada naquele ano de 1985. Então, se quando o primeiro filme estreou lá atrás, veio também com bons efeitos e ainda misturava dois gêneros de maneira peculiar, que o fez famoso por lançar o "terrir", o que essa produção de agora tem para apresentar?

Esse pode ser o maior defeito desse novo A Hora do Espanto, apenas regular para quem conhece sua origem e até bom para quem a desconhece, mas definitivamente um filme fora de época.