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    Mostra SP 2019: 7 filmes dirigidos por mulheres se destacam na programação

    Do Brasil à Macedônia do Norte, confira algumas das produções mais aclamadas deste ano.

    Considerada um dos eventos de cinema mais importantes do calendário, a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo mostrou, em 2019, estar mais forte do que nunca, uma característica que pode ser notada principalmente pela eclética programação montada. Ao todo, serão 327 filmes de diversos países e temáticas, ao longo de 14 dias.

    Sabemos como é complicado escolher filmes para assistir em meio a tantas opções, então, pensando nisso, o AdoroCinema preparou algumas listas para ajudar você a ter sucesso nessa empreitada. Confira abaixo algumas obras dirigidas por mulheres e que estão dando o que falar nas sessões! 

    System Crasher 

    Escolhido pela Alemanha para tentar uma indicação a melhor filme estrangeiro no Oscar 2020, System Crasher acompanha a jornada de Benni (Helena Zangel), uma menina de apenas 9 anos que sofre de surtos de raiva e desafia todas as regras do sistema educacional. Não há uma instituição de acolhimento por onde ela não tenha passado, ou que esteja preparada para lidar com as dificuldades de uma condição tão agressiva.

    É interessante que a diretora e roteirista Nora Fingscheidt não possua respostas a suas próprias perguntas. A cineasta não pretende solucionar o problema e resolver a vida de Benni através do amor de um novo lar ou uma nova terapia experimental, como fariam tantos dramas edificantes de Hollywood. Assim como os funcionários do governo alemão, o filme não sabe de que maneira lidar definitivamente com a personagem. Por um lado, isso permite uma observação realista, crua, que acompanha a menina sem julgamentos de valor. Por outro lado, a história se estica indefinidamente, e poderia terminar trinta minutos antes ou trinta depois, sem grande prejuízo à narrativa.”. Leia nossa crítica completa!

    Garota com a Pulseira

    Este suspense francês sobre uma garota acusada de assassinar a melhor amiga sempre mantém a tensão em níveis altíssimos, pois nunca dá para saber ao certo se ela é culpada ou não. Através do julgamento do caso, presenciamos os depoimentos da protagonista, da promotoria, de seus pais e até mesmo de outros colegas que acompanharam a amizade de perto. Uma história forte com uma ótima interpretação de Melissa Guers e direção de Stéphane Demoustier.

    Babenco, Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou

    Premiado no Festival de Veneza como melhor documentário sobre cinema, Babenco é a obra de Bárbara Paz sobre os últimos momentos de vida de seu marido, o aclamado cineasta Héctor Babenco, indicado ao Oscar de melhor diretor por O Beijo da Mulher-Aranha, em 1986. Com um olhar sensível e intimista, Paz nos conduz por um complexo mosaico de emoções, que inclui depoimentos do diretor durante sua agressiva batalha contra o câncer, um passeio por sua memorável filmografia e divagações sobre amor, arte, vida e morte.

    Desde que debutou na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em uma noite de gala no Theatro Municipal, Babenco se tornou uma das atrações mais badaladas da programação do festival, sendo fortemente aplaudido em suas duas exibições até o momento. A terceira e última sessão do documentário será nesta sexta-feira (25), no Cinearte 1, dentro do Conjunto Nacional, às 19h15. Saiba mais aqui.

    O Que Não Mata

    Por meio de uma estrutura inspirada na obra Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho, a diretora Alexe Poukine entrega o texto de Ada, uma jovem vítima de abuso sexual, a diversas atrizes. Com as palavras indo de boca em boca, de interpretação a interpretação, a ideia de que casos como o abordado são universais é o que move este documentário relevante e dolorido. Esta coprodução entre Bélgica e França terá mais duas exibições na Mostra, saiba mais clicando aqui.

    Três Verões

    Nesta produção brasileira, comandada por Sandra Kogut, Edgar (Otávio Muller) e Marta (Gisele Fróes) formam um rico casal que todo verão, entre o Natal e o Ano Novo, recebe amigos e familiares para festas em sua mansão à beira-mar. Para organizar toda a logística e gerenciar os empregados, eles contam com Madalena (Regina Casé), que sonha em comprar um terreno para abrir seu próprio negócio. Ao receber uma quantia emprestada de seu patrão, a ser descontada em parcelas mensais de seu salário, ela nem imagina no que está se envolvendo. O filme teve sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2019.

    Goste-se ou não, é inegável que a Operação Lava-Jato está na história do Brasil. Até mesmo já virou assunto de filmes e séries, por mais questionável que seja abordar suas entranhas com tão pouco tempo de distanciamento. Em seu novo trabalho, a diretora Sandra Kogut vai além dos meandros policiais para retratar o reflexo da Lava-Jato no cotidiano da sociedade brasileira, mais exatamente em um núcleo familiar de classe alta e todos aqueles que orbitam ao seu redor. O resultado é um retrato preciso de a quantas anda a eterna divisão de classes no Brasil.”. Leia nossa crítica completa!

    Honeyland

    Representante da Macedônia do Norte na busca por uma indicação ao Oscar, Honeyland, dirigido por Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, acompanha Hatidze Muratova, a última caçadora de abelhas da Europa. No entanto, quando novos apicultores chegam para trabalhar em sua região, o equilíbrio do ecossistema desses animais é ameaçado.

    Com uma fotografia impressionante, Honeyland nada mais é que uma história sobre como o ser humano é capaz de viver de forma honesta e feliz com o que tem em mãos, enquanto também fala sobre como somos capazes de desmoronar nossos valores em prol da urgência, do desespero em ser melhor. Este é um estudo sobre ganância, uma reflexão sobre "a grama do vizinho ser mais verde"; mas também é uma belíssima poesia visual com ecos silenciosos.”. Leia nossa crítica completa!

    Papicha

    Exibido na mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, Papicha nos apresenta à Argélia da década de 1990, em plena ascensão do radicalismo islâmico. O longa é dirigido por Mounia Meddour e foi escolhido para representar o país árabe na corrida por uma indicação ao Oscar.

    Além de se recusar a vestir o véu, a protagonista estuda moda e ostenta uma visão progressista sobre as mulheres. A prática de desenhar e vestir as clientes implica no direito de escolha destas personagens sobre seus corpos ao invés de seguir as leis castradoras impostas pelos homens. Talvez por isso o principal motor de conflito seja a intenção de elaborar um pequeno desfile de moda dentro da faculdade, no exato momento em que as mulheres são confinadas ao lar. Para os olhares ocidentais, o ato organizado para uma dúzia de espectadores parece uma brincadeira, mas para o país árabe nos anos 1990, em plena ascensão do radicalismo islâmico, este gesto constituía uma afronta ao governo.”. Confira nossa crítica completa!

    Não deixe também de acompanhar nossa cobertura completa através do Guia da 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

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