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    Operadoras de TV por assinatura se unem em investida contra a Netflix

    Após perderem quase um milhão de assinantes, empresas pedem que o governo imponha sanções ao serviço.

    O Brasil é visto como um dos mercados em que a Netflix mais cresceu e é amplamente citado como um exemplo de sucesso pelos próprios executivos da multinacional. Mas, se depender das operadoras de TV por assinatura, a festa acaba em breve.

    Após terem perdido quase 1 milhão de assinantes entre 2014 e o fim de 2015, as operadoras estariam se unindo para acionar um megalobby em Brasília para pressionar o governo para aprovar certas medidas que visam prejudicar a Netflix.

    De acordo com informações apuradas pela reportagem do UOL, as operadoras se uniram para atuar em várias frentes e propuseram uma série de medidas a serem estudadas pelos órgãos governamentais. Entre as medidas, estão:

    1- A Ancine (Agência Nacional do Cinema) exigiria que a Netflix também pague a Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), uma taxa que cobra aproximadamente R$ 3.000 por cada filme no catálogo;

    2- Obrigatoriedade de que 20% do conteúdo da Netflix seja de produções nacionais;

    3- Todos os Estados da federação deveriam cobrar ICMs (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das assinaturas. Ou seja: A cobrança seria feita diretamente para os clientes, aumentando o valor da mensalidade;

    4- Uma taxa extra seria cobrada dos assinantes da Netflix toda vez que o cliente utilizasse streaming, com a justificativa de que o serviço consome muita banda larga.

    Dentre as medidas citadas, a mais complicada de se aplicar é o limite de 20% de conteúdo nacional. Maior produtor de filmes nacionais, o Grupo Globo se recusa a fazer parceria com a Netflix, assim como a Band, que é parceira da Globo no setor de esportes. A Netflix já conta com novelas da Record e do SBT em seu catálogo, como Os Dez Mandamentos, Carrossel e Carrosel - O Filme. A última medida, que estuda a cobrança da dita 'taxa extra pela utilização de streaming', é a mais difícil de ser aprovada e, como destaca o próprio UOL, é possivelmente ilegal.

    A Netflix veio se firmando, nos últimos anos, como uma grande ameaça para os seus concorrentes, tanto por não divulgar os seus números de audiência quanto por fornecer muito mais conteúdo por um valor menor de assinatura. No Brasil, as mensalidades variam entre R$ 19,90 e R$ 29,90, enquanto as TVs por assinatura fornecem pacotes nos valores entre R$ 70 e R$ 300, sendo a média nacional paga pelos assinantes estimada em R$ 166.

    Recentemente, o executivo da NBC divulgou uma pesquisa que levantou os possíveis números de audiência das últimas séries produzidas pela Netflix. Chefe de Conteúdo da multinacional, Ted Sarandos respondeu dizendo que os números eram "extremamente imprecisos" e ainda provocou, questionando a decisão do concorrente de divulgar a pesquisa: "Talvez seja porque é mais divertido do que falar sobre a audiência da NBC."

    Embora mantenha seus números em sigilo, tanto de audiência quanto de produtos disponíveis no catálogo, estima-se que a Netflix tenha alcançado recentemente a marca de 4 milhões de assinantes no Brasil, com faturamento total de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2015 (cerca de US$ 250 milhões), somente no mercado nacional. O número total de produções, entre os 160 países em que a Netflix está disponível, é estimado em um milhão, entre filmes, séries e programas de TV.

    As operadoras de TV por assinatura somavam juntas, em 2014, quase 20 milhões de assinantes. Em dezembro de 2015, o número havia caído para cerca de 19 milhões. Enquanto isso, as ações da Netflix na Bolsa de Valores dos EUA passaram por uma valorização de quase 140% somente no ano passado. Há cerca de duas semanas, vale lembrar, a Netflix oficializou sua expansão e agora atua em 160 países e está disponível em praticamente todos os territórios do globo, com exceção da China. A produtora também tem investido cada vez mais em produções locais, como Club de Cuervos, do México, e as ainda inéditas Marseille, da França, e 3%, do Brasil.

    "Nós percebemos que aprendemos melhor entrando no mercado e aprendendo, mesmo que não sejamos perfeitos. O Brasil é o melhor exemplo", disse o presidente da empresa, Reed Hastings, explicando ao jornalista Peter Kafka que o feedback (em bom português, as reclamações) dos usuários brasileiros foi essencial na evolução da plataforma e otimização de seu serviço.

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