04. Petra Costa
Depois de estrear nos cinemas com o corajoso e elogiado documentário Elena (que chegou ao circuito em 2013), no qual refaz os passos da irmã, uma aspirante a atriz em Nova York que tem um destino trágico, a realizadora Petra Costa se firmou também como um nome de destaque em defesa dos direitos das mulheres ao lançar Olmo e a Gaivota, que conta os percalços de uma atriz grávida nos bastidores dos ensaios da peça "A Gaivota", de Anton Tchekov. Ao receber o prêmio de melhor documentário longa-metragem no último Festival do Rio, ela fez um discurso emocionante contra o machismo e a favor da autonomia da mulher sobre o destino do próprio corpo. Foi um marco, recebido, no entanto, com ignorância – e ódio – por uma parcela conservadora que a atacou nas redes sociais. Em resposta, Petra conseguiu reunir diversos artistas – como Alexandre Borges, Bárbara Paz e Bruna Linzmeyer, todos de peruca azul, em referência à protagonista do filme – no vídeo (clique aqui) “Meu Corpo, Minhas Regras”, que denuncia a falta de voz das mulheres. Força na peruca (azul).
03. Regina Casé
Se alguém sequer cogitasse uma indicação ao Oscar para Regina Casé há um ano, provavelmente seria internado na casinha do descrédito. Por mais distante que a nomeação seja, no entanto, a especulação está longe de ser infundada, afinal, afastada dos holofotes do cinema desde Eu Tu Eles (2000) – Made in China não tem o perfil para a temporada de premiação –, a performance da apresentadora do Esquenta em The Second Mother (título estrangeiro de Que Horas Ela Volta?) é simplesmente arrebatadora. Tanto que a atriz foi reconhecida – ao lado da companheira de elenco Camila Márdila – com o Prêmio Especial do Júri no último Festival de Sundance. Vai para o trono.