Nem todas as grandes obras de ficção científica alcançam o sucesso que merecem. Especialmente aquelas que partem de uma premissa original, como está acontecendo com Resistência. Talvez seja a vez deste filme se tornar uma joia cult, como um dos mais extraordinários do gênero nos últimos anos, que fracassou nas bilheterias apesar de ter um grande astro: Ad Astra - Rumo às Estrelas.
Nem mesmo a presença de Brad Pitt foi a garantia necessária para que esse ambicioso projeto de James Gray atingisse o grande público. E é uma pena, porque se trata de uma das mais incríveis odisseias espaciais, além da resposta necessária àqueles que acreditam que os filmes de ficção científica estão se tornando simples.
O astronauta veterano Clifford McBride desapareceu há mais de 20 anos em uma misteriosa e patriótica missão no espaço em busca de vida extraterrestre no planeta Netuno. Seu filho Roy, que exerce a mesma profissão, ainda não superou sua misteriosa perda e espera um dia descobrir o que realmente aconteceu.
A NASA aproveitará o anseio e a motivação de Roy para colocá-lo no comando de uma arriscada missão espacial. Nela, ele poderá descobrir o que exatamente aconteceu com seu pai e enfrentar uma ameaça desconhecida que colocou em risco a permanência da humanidade em nosso sistema solar. Uma jornada na qual ela descobrirá as verdadeiras intenções da missão original de seu pai e suas consequências catastróficas.
Essas complexas relações paterno-familiares acrescentam uma certa maturidade a um filme de ficção científica ambientado no espaço como nenhum outro no momento. Seu caráter aventureiro não é realmente épico no sentido moderno, procurando relatar as dificuldades que o aproximam mais da odisseia tortuosa de Apocalypse Now do que da alucinante Interstelar.
AD ASTRA: NO CORAÇÃO DA ESCURIDÃO
Há uma clara intenção de drama clássico na forma como o personagem de Pitt é explorado, e também há ambições de apontar o crescimento exacerbado do capitalismo americano, que leva à exploração de lugares como a Lua, onde são atormentados por anunciantes e marcas. Tudo isso é acompanhado por um trabalho visual de primeira linha, com cenas no espaço sideral de tirar o fôlego.
A escala e a fluidez do filme são impressionantes, já que é o primeiro trabalho do diretor nesse gênero. Provavelmente será o último, pois sua decepção comercial foi vista como um fracasso. Mas é igualmente um filme imperdível, no qual Pitt apresenta alguns de seus trabalhos mais contidos e sóbrios como ator e explora ideias e emoções muito profundas que afetam a condição humana.
Você pode assistir a Ad Astra na Netflix.
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