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    Um dos maiores romances do cinema tem um final alternativo que muitos descrevem como "uma blasfêmia sexy"
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Uma das adaptações de Orgulho e Preconceito mais importantes do cinema é tomada por algumas polêmicas.

    Este mês em que Perdida chega aos cinemas brasileiros, a adaptação do best-seller de Carina Rissi com inspirações em Jane Austen, é um bom momento para revisitar outras releituras da autora inglesa. Uma das principais obras da artista, Orgulho & Preconceito é um de seus livros mais conhecidos e, também, mais revisitado em outras mídias.

    Dos filmes e séries baseados neste trabalho da autora, há uma minissérie da BBC e um filme de Joe Wright, de 2005, que se fixaram no imaginário dos fãs. Entre os dois, há uma marca obscura no longa-metragem estrelado por Keira Knightley no papel de Lizzy Bennet.

    Orgulho e Preconceito
    Orgulho e Preconceito
    Criador(es): Joe Wright
    Com Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Rosamund Pike
    Data de lançamento 10 de fevereiro de 2006
    Assista agora

    A trama se passa na Inglaterra, em 1797, e acompanha as cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan). Criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em encontrar maridos que garantissem seu futuro, Elizabeth destoa das demais, pois deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland).

    Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

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    O longa apresenta diversas cenas dramáticas, sejam declarações de amor na chuva ou trechos sob uma estética glamourosa de Hollywood. No entanto, dos diversos aspectos do projetos, há um que sempre foi debatido: o polêmico final alternativo da história, que não segue a obra original e foi visto apenas nas versões americanas.

    Neste desfecho, Lizzy e Mr. Darcy protagonizam um beijo intenso, no maior estilo das comédias românticas. Apesar de ter diversos fãs que concordaram com a conclusão, muitos críticos sentiram que a cena desrespeitava o livro de Austen - principalmente pelo fato de que este final não foi exibido nas versões inglesas do projeto.

    Elsa Solander, ex-chefe da Sociedade Jane Austen da América do Norte, disse ao The New York Times que a cena "insulta o público com sua banalidade", em referência aos estereótipos do gênero famoso no início dos anos 2000. Na trama original de Orgulho e Preconceito, não há, necessariamente, momentos com este cunho abertamente sexual.

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    A professora de inglês Joan Klingel Ray, da Universidade do Colorado em Colorado Springs, também colaborou com o artigo do NYT: "Um dos maiores talentos de Jane Austen é que ela apresenta a tensão sexual com muita sutileza."

    Em contraponto, o diretor se manteve firme na sua decisão de manter este final mais picante, já que, afinal, trata-se de uma adaptação: "Acho que, na América, você gosta de um pouco mais de açúcar em seu champanhe."

    No Brasil, o longa está disponível na Lionsgate+ e também pode ser visto por aluguel ou compra digital.

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