Fui para a frente da TV com um pé atrás, justamente por ter massivamente ouvido que o filme é uma crítica anti-capitalista e pastelão oscariano.
Porém, o filme me surpreendeu muito, mostrando uma visão totalmente diferente disso. Acredito que foi o filme mais pró-capitalismo que eu ví nos últimos tempos. Em primeiro lugar, o filme mostra que o mau-caratismo protagonizado pela família de baixa-renda não vale a pena, demonstrando por meio do final desastroso que aqueles modus operandi não é a forma correta de conseguir as coisas. Todos da família pobre tinham capacidade intelectual de não estar naquela posição, mas preferiram o atalho. A todo momento o que fica claro é a inveja sentida pela família pobre, e não a busca da sua riqueza pelo caminho lícito, o que seria moralmente adequado (e evidentemente mais trabalhoso).
Filme rico em simbologia, com cenas, por exemplo, do parasita-mor que vivia embaixo do porão recebendo literalmente uma mamadeira da esposa, e preferindo viver sob a terra. Isso mostra a realidade de muitos mendigos da vida real, muitos tidos como coitados, quando na verdade QUEREM estar nessa posição e não levantam uma palha para mudar sua situação.
Ainda, a família rica (geradores de riqueza e de emprego), é "pintada" como repugnante pelo diretor, o que fica claro quando mostram sentimentos sobre o cheiro da família pobre. Essa pincelada esquerdista foi artificialmente colocada de forma caricata na cena final, quando o patriarca da família, numa cena de fuga, pára para se enojar com o cheiro de um dos membros pobres do filme. Foi uma pincelada estratégica por parte do diretor, pois garantiu seu ingresso para a entra na cerimônia do Oscar, concurso este ávido pela briga de classes, mas que adora uma cerimônia regada a carros importados, jóias e champagne D.O.C. Bela sacada comercial do diretor!