A vida Invisível
Brasil, 2019
Eurídice e Guida são duas irmãs na faixa dos 18 anos que vivem com os pais portugueses no Rio de Janeiro dos anos 50.
São muito companheiras e cúmplices.
Eurídice, a mais nova é romântica, madura e sonha em ser pianista. Guida, a mais velha é passional, impulsiva e almeja conhecer o mundo ao lado daquele que acredita ser seu grande amor.
A sociedade machista em que vivem as impede de realizar desde seus desejos mais prosaicos aos mais ambiciosos.
O destino implacável e cruel com as irmãs, as separa na flor da idade; com a ajuda do pai machista e retrógrado e com a conivência da mãe submissa e omissa.
Eurídice e Guida seguem suas vidas, vivendo na mesma Cidade, em bairros próximos, sem suspeitar que estão perto uma da outra.
Eurídice acha que Guida vive bem casada na Grécia e Guida pensa que Eurídice é uma pianista de sucesso residente em Viena.
Toda essa mentira é arquitetada pelo pai com o consentimento da mãe.
Eurídice na verdade é casada com o pretendente escolhido pelos pais e tem seus sonhos constantemente frustrados; agora pelo marido. Vive uma vida razoável e covencional, muito distante das aspirações de outrora.
Guida tem uma vida dura de mãe solteira, cercada de hostilidades e preconceitos, muito longe dos anseios de desbravar o mundo.
Em comum as duas tem o forte desejo e determinação de se encontrar novamente.
Nutrem um amor genuíno uma pela outra, que de certa forma as mantém de pé e confiam num porvir melhor, ainda que quase todos ao redor as desestimulem.
Escrevem cartas uma pra outra na expectativa de que um dia sejam lidas e que elas possam finalmente se encontrar e se envolver num lindo, terno e longo abraço. Mas o tempo impiedoso as distancia cada vez mais desse intento.
A vida das duas é angustiantemente próxima, mas ninguém se vê. Estão invizibilizadas pelas tristes circunstâncias e tramas do destino.
Os anos se passam e nada parece se alterar.
Vem filhos, netos, mudanças, perdas e ganhos.
O término comovente e delicado, nos remete aquele velho ditado de que a esperança é a última que morre.