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    O Jovem Messias
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    O Jovem Messias

    Um garotinho especial

    por Bruno Carmelo

    Depois de uma série de filmes religiosos pouco inspirados (O Apocalipse, Deus Não Está Morto, Você Acredita?, Os Dez Mandamentos, O Céu é de Verdade, Blood Money), parte da plateia cristã começa a acreditar que os críticos são figuras revoltadas contra Deus e contra a temática religiosa no cinema de modo geral. Questões pessoais à parte, talvez grande parte dos críticos apenas espere que o filme seja mais do que um folheto de boas intenções, ou seja, que ele tenha ambições artísticas ao lado das ambições doutrinárias.

    O Jovem Messias, no entanto, está mais preocupado em catequizar o público do que cativar os olhos pela estética ou provocar a mente pelo nível da discussão. Em termos imagéticos, este drama apresenta todos os traços comuns ao gênero religioso: excesso de trilha sonora indicando ao espectador quando chorar e quando sorrir, imagens do céu e luzes brancas ilustrando a bondade, cores escuras e vermelhas para as trevas, flashbacks com iluminação leitosa, câmeras lentas para esgarçar o drama. Cada milagre feito pelo pequeno Jesus é marcado por luzes quentes do céu, flares generosos e efeitos sonoros evocando a divindade.

    O roteiro busca trazer novidades ao imaginar elementos da infância de Jesus que não se encontram na Bíblia. Assim, o espectador descobre as brincadeiras do garoto com seu primo, o bullying que sofre dos garotos mais fortes por ser “especial”, seu profundo e solene conhecimento da história religiosa. A criança é bondosa e perfeita, assim como o pai caridoso e a mãe piedosa. As novidades narrativas não impedem a visão de mundo maniqueísta nem a idealização de Jesus, mesmo numa trajetória destinada a ressaltar seu aspecto humano. Alguns problemas ideológicos estão presentes, como o machismo (Maria nunca pode tomar uma decisão de mãe sem antes consultar a autoridade paterna) e homofobia (os dois vilões são homens efeminados, sedutores e fúteis).

    Embora a maior parte das atuações seja fraca, a presença de Sean Bean comprova como um grande ator consegue elevar o nível de um filme: sempre que aparece em cena, no papel do dúbio Severus, ele rouba a cena e confere à história uma complexidade moral que faz falta ao resto da trama. Jane Lapotaire, como Sarah, também oferece um pouco de humor ao tom sisudo e lacrimoso do conjunto. O ator principal, Adam Greaves-Neal, não prejudica o projeto, porém evidencia a falta de recursos do ator mirim e a dificuldade do diretor Cyrus Nowrasteh em extrair uma atuação complexa do protagonista.

    Por mais que se critique o elenco, chamam a atenção acima de tudo os problemas da produção em termos de direção de arte, maquiagem e figurino. É muito difícil acreditar que aquele cenário tenha existido séculos atrás, que aquelas pessoas de cortes de cabelo moderno e sotaques contemporâneos viveram no Egito antigo. Eles parecem pessoas fantasiadas, como num teatro humilde, escolar, cheio de boas vontades. Entretanto, a mensagem bíblica está presente e os valores cristãos são mantidos. Para quem buscar apenas a lição de catequese, O Jovem Messias terá cumprido o seu papel.

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    Comentários

    • Monica Amaral
      Como não se emocionar com uma obra que narra de forma tão pura a história da criança mais linda que o mundo já ouviu falar?Que só fala de amor?Que ser humano independente de religião consegue não se emocionar com a história e trajetória dEle?Um filme lindo e emocionante, uma produção rica nos detalhes com uma mesnagem que toca os corações.Nota mil 🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟 E quanto ao ator que interpretou Jesus Adam Greaves-Neal, esse menino foi incrível na atuação.
    • Monica Amaral
      Concordo com você Ricardo, muito estranho isso.Quem consegue dar uma nota dessas para uma obra como essa que traduz de forma tão pura a história da criança mais linda que o mundo já ouviu falar?Que só fala do poder divino do amor?Que ser humano independente de religião ou crença consegue não se emocionar com a história dEle?Jesus tende misericórdia. Um filme lindo e emocionante, um verdadeiro presente do céu.Nota 🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟
    • Monica Amaral
      Perfeito Ademir 👏.Filme lindo e emocionante que narrou dignamente a estória da criança mais linda do mundo, mestre dos mestres, Jesus Cristo.
    • mr robot
      só um adendo.. cristianismo não é mitologia, prova disso é o fato de você viver e seguir de acordo com o calendário cristão.
    • Marcello Riella Benites
      Sou cristão e gostei do filme. Não compartilho com a ideologia de direita que foi colocada em alguns comentários. Mas concordo que a crítica do Adorocinema foi preconceituosa. Um preconceito que não vê possibilidades artísticas numa obra, a priori, já de saída, pelo simples fato de ela apresentar uma visão cristã. Não sou grande cinéfilo, mas amo cinema e costumo ficar atento aos aspectos artísticos e técnicos. Não concordo tbém com algumas críticas técnicas do Adorocinema, por exemplo, quanto ao figurino, que achei bem convincente. Também gostei muito da atuação da atriz que representou Maria, especialmente quando ela finalmente revela ao menino quem ele é. E o ator do personagem protagonista foi muito bem, mesmo se não considerarmos que é uma criança. O filme dá uma nova perspectiva da vida de Jesus já que, pelos evangelhos sinóticos, os quatro q aparecem na Bíblia, apenas sabemos fatos do nascimento de Jesus, dele no templo com os doutores da lei, aos 12 anos, e já adulto, na vida pública. Penso que também o aspecto psicológico do desenvolvimento de uma criança, que é o filho de Deus e não sabe disso, é apresentado com inteligência e delicadeza. Inclusive, o difícil papel de José e Maria, para educá-lo, e o seu desafio de revelar (ou não), e quando, e como, quem era Jesus; além da perplexidade vivida pelos parentes próximos frente aos milagres que testemunhavam são colocados de forma muito adequada. Também o aspecto histórico que envolveu a infância de Jesus, como membro de um povo subjugado pelo Império Romano está bem retratado. Só não entendi muito a submissão do centurião aos caprichos de Herodes, um rei judeu. Pode ser um elemento histórico que eu desconheça. Mas não imaginava que um oficial de Roma fosse subordinado a autoridades dos territórios ocupados.
    • Fernando M
      Bom, eu sou ateu convicto e afirmo que o filme é um passatempo prazeroso e sendo franco, até senti alegria com essa imaginação da infância deste personagem da mitologia cristã, uma vez que esse período aparece pouco nos quatro livros onde o biografado é citado . Exigir empoderamento feminino em uma sociedade patriarcal e que existiu a mais de dois mil anos é forçar a barra, a pessoa que escreveu essa crítica não tem a menor noção de história e deveria ter na época 16 anos, não é possível!Por fim destaco a atriz que vive Maria e o menino que interpreta o jovem messias, ele agia no filme como uma criança, não como uma divindade milenar presa em um corpo infantil. Nota ⭐⭐⭐⭐🌛
    • Edmur Z
      Parabéns Renato! Criticar machismo e homofobia nos dias bíblicos é muita esquerdopatia esquizofrênica do crítico acima,mas ele fez o papel que se espera de um jornalista atualmente: ser parcial nesses critérios.Jorge Marone e Mel Lisboa DUBLARAM, e não são ATORES no filme. As falhas começaram naficha técnica e se desenvolveram na fala do Bruno. Bruno sendo Bruno.Quanto ao filme, sim, a catequese, seja católica, seja evangélica, não é agredida, apesar daslicenças poéticas e referências que Anne Rice buscou em evangelhos gnósticos.Quem é você? A pergunta que todo mundo deveria fazer (com sinceridade) a Ele.
    • Renato
      Putz! Problemas ideologicos!?Um filme de epoca na Judeia de mais de 2000 anos atras e o cara reclama de machismo? Sera que ele queria que a Maria trabalhasse fora, usasse mini-saia e acionasse a Lei Maria da Penha contra o Jose?Problemas homofobicos so porque o Herodes vivia em promiscuidade? Ele me pareceu bem feliz com a sua situacao no filme, atormentado mas levando a vida numa boa.O polticamente correto nao permite nem a visao do passado.
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