Um herói de video game, totalmente fora de seu tempo. Essa, provavelmente, é a maneira mais sútil de falar sobre o quão decepcionante é “Hércules”. Mas que fique claro, não estamos falando de um jogo bom, e sim daquele que passamos longe, justamente por que prezamos pelo nosso suado dinheiro.
Dessa forma, o filme de Renny Harlin teria um destino certo: a gaveta, ou melhor, o final da pilha de jogos. Claro, não digo isso exclusivamente, porque o filme é péssimo. Na verdade, vamos ter outra adaptação de Hércules nos cinemas, em setembro desse ano, e só pelo trailer, fica claro que vamos ter algo muito diferente. Mas falando do filme em si, parece que essa adaptação do herói mitológico, desrespeitou qualquer tipo de parâmetro de qualidade de um filme.
Ainda que o 3D seja muito bem utilizado em certos momentos, novamente fica claro que o foco não era a história, muito menos a ambientação, portanto, em muitos momentos, os pobres efeitos especiais, acabam sendo destacados com o uso errado da terceira dimensão. O roteiro por sua vez, apresenta furos colossais, mortes absurdas, personagens muito mal construídos e até situações inexplicáveis. Fica claro que o filme se inspirou nos video games de sucesso, para conseguir algum apelo do público, mas errou miseravelmente.
Por exemplo, toda sequência em que Hércules é escravizado, copia “God Of War” da pior maneira possível e o filme não se limita ao visual, procurando uma trilha sonora “Idêntica” ao jogo de Playstation 2 e 3, mas sem qualquer apelo emocional. A situação piora quando chegamos na parte final, aonde algumas lutas, ocorrem em localidades históricas, muito mal construídas, dando algumas vezes a noção de filme B.
O elenco também não ajuda. Com atores burocráticos, fica impossível criar algum tipo de ligação com qualquer um dos personagens. Kellan Lutz, interpreta um Hércules estúpido e monossilábico, que é traído por um Rei ambicioso (papel de um esforçado Scott Adkins), que o separa de sua amada Hebe (Gaia Weiss, terrível). E assim, Hércules luta para reaver seu grande amor. Simples assim, a história sequer, tenta passar alguma mensagem ao público, se limitando a contar a história e dizer “felizes para sempre”.
Nada, absolutamente nada, faz com que esse novo “Hércules” mereça a sua audiência. Péssimas atuações, efeitos especiais ruins e uma história ainda pior. Melhor esperar até setembro desse ano, ou pegar aquele seu “God Of War” (pode até ser pelo emulador) e se divertir com ação, mitologia e ótimos gráficos. Pois é, se alguém tinha alguma dúvida, de que algumas experiências tem uma plataforma específica, “Hércules” consegue provar isso, da pior maneira possível.