"Tropa de elite 2" é um filme atemporal para o Brasil, seus dramas, angústias e denúncias persistem cada ano mais em nosso cenário, José Padilha evolui seu discurso e consegue melhorar um filme que já era ótimo, fazendo ele atingir um outro patamar.
Com um roteiro muito mais maduro, tropa de elite 2 fala sobre a base da corrupção que causa todos os males que ele combatia, até entender, que um dos males, o tráfico, nunca irá acabar, pois é subsidiado pelo sistema, que é corrupto e falho, admitindo a pobreza e a fome e permitindo a criação desfreada do crime, que deve ser combatido com voracidade mas que é apenas a ponta do iceberg.
Com menos frases de efeitos, mantendo ótimos personagens e primando por um amadurecendo, o longa sobe menos a favela e mostra os verdadeiros bandidos, os políticos.
A direção ainda é requintada e crua, com poucos momentos de suavidade mas um ritmo espetacular, uma trilha mais simples porém presente e ótimas ambientações.
As atuações são ótimas, todos os atores, até os corruptos relatados são carismáticos as suas maneiras, com destaque a Wagner Moura que também mostra uma maturidade maior em sua atuação, mais sereno e pensativo, os atores intercalam muito bem entre o drama e o humor.
"Tropa de elite 2" é melhor que seu antecessor - embora o primeiro ainda seja meu favorito - mais consiso em todos os seus parâmetros artístico e técnicos e segue sendo um filme que conversa muito com a realidade brasileira. Nota 9/10