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    Sete Dias com Marilyn
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Sete Dias com Marilyn

    Resgate de uma estrela

    por Lucas Salgado

    Falecida há 50 anos, Marilyn Monroe permanece até hoje no imaginário de muitos cinéfilos. Em 15 anos de profissão, ela trabalhou em aproximadamente 30 filmes, com destaque para obras como O Pecado Mora ao Lado e Quanto Mais Quente Melhor, ambos dirigidos por Billy Wilder. Em 1957, procurando ser mais respeitada como atriz, viajou para a Inglaterra para trabalhar com o cultuado Laurence Olivier em O Príncipe Encantado. É justamente este período na vida da estrela que é abordado em Sete Dias com Marilyn.

    Embora esteja distante de ser uma obra-prima, o filme é bem interessante e cumpre seu papel de resgatar tal momento na vida de Monroe. O grande mérito para isso foi a escolha de Michelle Williams para incorporar a personagem. O tipo físico discreto e sua forte veia dramática fizeram com que muitos desconfiassem da atriz, com alguns chegando a apontar que Scarlett Johansson seria uma escolha bem melhor. Quem pensou assim, certamente mudará de ideia após conferir a produção, uma vez que Williams entrega uma Marilyn graciosa e cativante, fazendo com que os espectadores se apaixonem por ela ao mesmo tempo que o personagem Colin Clark, vivido pelo jovem Eddie Redmayne (O Bom Pastor).

    Apesar do título destacar Monroe, o protagonista da história é Clark, autor dos livros que inspiraram o longa. Seja por mérito de Williams, que rouba todas as cenas, ou demérito de Redmayne, a verdade é que o personagem é o grande problema do filme. A narrativa é construída através dele e, por isso, é comprometida.

    A história gira em torno de Colin Clark, um jovem de família tradicional inglesa que, para desespero dos pais, decide se envolver com cinema. Ele consegue um emprego na produtora de Laurence Olivier e pouco depois está trabalhando como terceiro assistente de direção nas filmagens de O Príncipe Encantado. Na ocasião, conhece Marilyn Monroe, que acabara de se casar com o cultuado escritor Arthur Miller. O filme já seria interessante só de mostrar figuras históricas como as citadas, e também outras como Vivien Leigh e Sybil Thorndike, mas escapa de ser apenas curioso, funcionando também como cinema.

    My Week With Marilyn (no original) possui uma bela trilha sonora criada por Conrad Pope e uma caracterização memorável no que diz respeito à maquiagem, figurino, design de produção e direção de arte. O principal defeito está na direção quadrada de Simon Curtis e da direção de fotografia sem brilho de Ben Smithard, que já havia feito um trabalho bem frio e desinteressante em Maldito Futebol Clube.

    Como dito, Michelle Williams é o grande destaque da produção, tendo recebido uma justa indicação ao Oscar de Melhor Atriz pelo trabalho. Quem também se sai muito bem é Kenneth Branagh como Sir Laurence Olivier. A forma como ele interpreta o ódio e o amor que o lendário ator sentia por Monroe é cativante e merecedora de aplausos. A escolha de Branagh é curiosa, uma vez que ele é conhecido como um dos maiores intérpretes de Shakespeare nos cinemas. O maior, sem dúvida, foi Olivier.

    O elenco conta ainda com as presenças de Julia Ormond, Toby Jones, Dougray Scott, Dominic Cooper, Judi Dench e Emma Watson, sendo que a eterna Hermione de Harry Potter é prejudicada por um papel totalmente secundário e sem força em cena.

    Se Sete Dias Com Marilyn servir apenas para apresentar Monroe e Olivier para as gerações, já terá cumprido seu propósito. Mas é mais que isso, também é eficaz na construção do drama dos personagens.

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