Do pó viemos e ao pó retornaremos.
O ditado bíblico citado por inúmero ganha a sua concretização na nova série Missa da Meia-Noite. Se você espera encontrar uma série de terror, repleta de sustos, simplesmente esqueça e vá com a mente sem expectativas quanto a isso para poder apreciar a obra. A série me rememora o estilo de Stephen King, apresentando criaturas diabólicas e mistérios sem solução até que você chegue na última folha do livro. Não é atoa, que King elogiou a série ao assisti-la.
Mike Flanagan tem sido o queridinho da Netflix ao trazer camadas e mais camadas para os seus personagens, em séries repletas de mistérios, como a Residência Hill e a Mansão Bly. Contudo, ao invés de casas mal assombradas, agora temos como foco as mazelas de uma fé cega. Em meio a isso, acompanhamos um personagem problemático, com feridas no passado e que abandona a sua fé, sem compreender a razão de tamanhas devoções. O personagem é muito bem orquestrado pelo ator. Kate Siegel se consagra como a musa do diretor, por ser o quarto trabalho que efetua junto a ele, interpretando a mocinha da série.
A cada capítulo, há uma reflexão sobre a ideia de religião e o quão ela pode interferir em nossas vidas, em nossa moral até culminar em um ápice trágico gerado por um Novo Messias, que serve ao seus fiéis milagres e a ideia de uma Terra Prometida. Somos pó e ao pó retornaremos, afinal.
e em meio a isso, no final, observamos um casal em face de um Apocalipse, configurando talvez o novo renascer, um gênesis entre Adão e Eva.