A série alemã consiste num suspense digno de maratona, diferente do que muitos diziam - que o gênero não passava de um terror parecido com Stranger Things, o que de fato, não é verdade. O motivo da confusão do gênero se dá por alguns aspectos que reforçam o roteiro sensacional e faz tudo se encaixar e te colocar para pensar, mesmo que isso seja dado com tamanha clareza que faz você se perguntar porque raios não teria compreendido antes. O público que irá adorar a série com certeza é aquela que gosta de um bom quebra-cabeças e tem apreço pela ciência.
Com uma trilha sonora entre instrumentos friccionados, músicas dos anos 80 e rock alemão, algumas letras simplesmente parecem terem sido feitas especialmente para a série e toda a obscuridade que é apresentada. Na paleta de cores ele também não foge do estilo, o tom mais escuro, escondendo a vivacidade e trazendo mais o aspecto de sujo remete-se a sua melancolia, o lado não muito incrível da humanidade, criando assim as condições para nos questionarmos sobre a nossa própria espécie.
Teoria do Eterno Retorno de Nietzsche, buraco de minhoca, a tábua da esmeralda e a triquetra são os elementos cruciais para o bom entendimento do enredo e deixa tudo mais interessante, será a série voltada para a alquimia? Será retratado na série o bem e o mal através de Noah e Cláudia?
Segundo o que já foi falado nesta crítica, a série impõe muito o questionamento sobre a espécie humana, será ela tão legal assim? na teoria, Nietzsche defende a repetição como o número de possibilidades finitas em um tempo infinito. Se as possibilidades são finitas, então elas devem se repetir em um determinado tempo, então não tem como fugir do que deve acontecer, por isso que o fim é o começo. Na série isso é tratado com muito cuidado, eles utilizam o ciclo solar (33 anos) para determinar o tempo para o início e o fim, tempo do eterno retorno na história e o Noah, o responsável para que possa tornar isso possível.
Portanto, aquele que vê Noah como um ser mau é porque se desespera e acredita ser algo ruim viver neste loop e como um castigo estar preso como humano. Então é apenas uma visão pessoal o que é certo e o que é errado. Aquele que se contenta e trabalha para que o início e o fim se faça é porque tem paixão pela vida. Isso é o que se refere aquela citação. Noah é o apaixonado pela vida, por isso faz o que faz.
Nietzsche não é bem original e que foi inspirado nos pitagóricos, o que leva a matemática, física quântica e afins e vemos que algumas religiões se utilizam dessa concepção de criação - destruição e criação, o cristianismo e o hinduísmo são alguns exemplos mais comuns.