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    Cara e Coragem: Nova novela da Globo terá linguagem neutra

    Estrelada por Paolla Oliveira e Marcelo Serrado, a nova novela das 19h da Rede Globo adotará linguagem inclusiva para se referir a alguns personagens.

    Todes, elu e delu são alguns dos exemplos de uma linguagem ainda não tão comum entre a população brasileira, principalmente, se tratarmos de produções de cinema e TV. Chamada de gênero neutro, tal linguagem é amplamente utilizada na internet, especialmente, pela comunidade LGBTQIA+, com o intuito de proporcionar a inclusão de pessoas que não possuem gênero definido.

    Com foco nisso, a nova novela das 19h da TV Globo, Cara e Coragem, que deve fazer sua estreia em maio de 2022, fará uso dos pronomes neutros em sua trama, de acordo com a criadora do enredo Claudia Souto.

    “O público de novelas é apresentado todos os dias a novos sotaques, gírias e palavras. Não é diferente com o gênero neutro. Logo se darão conta de que é uma nova forma de expressão. Acho relevante que seja mostrada numa obra de tanto alcance”, disse Cláudia, em entrevista recente à Folha de São Paulo.

    A roteirista ainda acrescenta que, apesar de haver a possibilidade do público não perceber a utilização dessas expressões, o fato não inutilizaria a grande importância que dar espaço para esse tipo de inclusão, representa.

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    O GÊNERO NEUTRO JÁ HAVIA SIDO UTILIZADO EM OUTRA NOVELA DE CLAUDIA SOUTO

    Vale lembrar que a linguagem em questão já havia sido utilizada por Claudia Souto em uma de suas produções para a Globo. Pega Pega, que atualmente está sendo reprisada na TV e também disponível na Globoplay, adotou o gênero neutro em seu enredo em 2017, época que tais expressões eram ainda menos comuns.

    Promovendo a inclusão e a diversidade, os pronomes eram utilizados, normalmente, quando estava em cena um grupo de drag queens, vividas por Alessandro Brandão, Gabriel Sanches e Nando Brandão; uma parte do núcleo LGBTQIA+ que se apresentava no Klub Strass, na novela.

    PRODUÇÕES DA NETFLIX JÁ FAZEM USO DO GÊNERO NEUTRO

    A abordagem de gênero neutro representa um importante ponto na indústria do audiovisual, que, mesmo de maneira tímida, começa a caminhar em alguma direção na importante discussão sobre assuntos como inclusão e representatividade. Desde indicados aos Oscar, passando por blockbusters de grandes estúdios, até séries não tão conhecidas assim, pautas focadas em diversidade têm sido debatidas nos corredores de Hollywood, hoje, apontando o crescimento futuro de obras com essa temática.

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    Além de Cara e Coragem e Pega Pega na TV aberta, algumas produções presentes na Netflix, como a série Pose e o desenho animado Ridley Jones – a Guardiã do Museu, apresentam personagens que não possuem gênero definido, também utilizando gênero neutro em seus tratamentos.

    Mais recente sucesso da gigante do streaming americana, Sex Education foi outra que passou a utilizar gênero neutro em seus diálogos, inclusive, adicionando personagens não-binários à trama, vividos por Dua Saleh e Robyn Holdaway.

    Ainda no âmbito LGBTQIA+, tais mudanças não se limitam ao audiovisual. Recentemente, houve um aumento no número de personagens homossexuais nos quadrinhos, envolvendo nomes famosos como a Arlequina, Loki, Hera Venenosa, Peter Quill e Deadpool. 

    E se as produções ainda não alcançaram a representatividade tida como ideal, ao menos a discussão em torno do assunto acende uma importante fagulha para o futuro.

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