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    Filhos da Pátria: “Que a gente acerte o opressor e não o oprimido”, espera Alexandre Nero sobre 2ª temporada (Entrevista exclusiva)

    Família Bulhosa salta quase um século no tempo e incorpora referências ao cenário político atual, como “menino veste azul; menina veste rosa”.

    “Acabou a mamata”; “Tchau, querido”; “Foi golpe ou revolução?”; “Menino veste azul; menina veste rosa”. Até poderiam, mas essas não foram frases pinçadas do noticiário político atual, e sim do trailer (abaixo) da segunda temporada de Filhos da Pátria, série cômica de época da TV Globo, que estreia nesta terça-feira, 08, na TV aberta.

    Ok, se você leu atentamente, percebeu que as ideias de “noticiário político atual” e “de época”, em princípio, não combinariam. Mas a gente explica.

    Depois de explorar a rotina da família Bulhosa em 1822, a produção agora dá um salto no tempo, reimaginando como estes mesmos personagens se comportariam em outra época, mais especificamente na década de 1930, com a ascensão da Era Vargas. (Não se trata de uma sequência direta em que os personagens envelhecem quase um século, mas uma espécie de “reboot” em um diferente contexto histórico).

    A passagem de tempo, portanto, desloca a série para um momento onde estão sendo discutidos temas como a Industrialização do país, a Política do café com leite, a Semana de Arte Moderna, o voto feminino, a escalada dos ideais nazifascistas.

    “É um governo militar que chega para botar ordem no Brasil, que é uma coisa frequente. Volta e meia chega uma junta militar para [dizer] agora: ‘Vamos botar ordem no país!’”, contextualiza Fernanda Torres, a matriarca dos Bulhosa, em entrevista ao AdoroCinema (vídeo acima).

    A atriz enxerga na sua personagem o ponto de contato entre as datas tão distantes. “Ela é machista, é racista, mas na pele de uma dona de casa esforçada. Então, é essa contradição que fala muito ao Brasil de hoje, onde a gente defende tantas pautas pelo fim da corrupção, pela retidão, pela moral, pelo progresso e, no fundo, a gente tem políticas de extermínio, políticas muito violentas”.

    TV Globo / Divulgação

    Alexandre Nero, por sua vez, reforça a importância da crítica política a partir do humor. “A gente teve que pensar muito em quem a gente estava fazendo rir, para não reforçar os preconceitos e os problemas cada vez mais. Então, a ideia é: os tiros são dados e a gente espera que o alvo não seja sempre o mesmo, que a gente acerte o opressor e não o oprimido”.

    Com Johnny Massaro, Lara Tremouroux, Matheus Nachtergaele, Jessica Ellen, entre outros, no elenco, a segunda temporada de Filhos da Pátria já está disponível no Globoplay.

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