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    Perdidos no Espaço: Reboot se inspira em Alien e Jurassic Park, trazendo tensão ao espectador (Crítica da 1ª temporada)

    Série da Netflix peca em ritmo, mas aposta no carisma de seus personagens.

    Netflix

    Nota: 3,0 / 5,0

    Uma série sobre personagens, com uma pitada de ficção científica e aventura na dose certa. Assim pode ser definido o reboot de Perdidos no Espaço, lançado na Netflix 53 anos após o original, que, por sua vez, chegou às telinhas norte-americanas antes mesmo do homem pisar na Lua.

    A história acompanha a Família Robinson, que seguia para uma nova colônia em Alfa Centauro, quando sua nave, Júpiter 2, cai em um planeta desconhecido, mas habitável. Sua missão, agora, é tentar sobreviver, e arranjar um jeito de contatar os demais sobreviventes e a nave capitânia Resolute.

    Ao contrário da colorida e divertida série original, situada num futurístico 1997, esta ganha ares modernos e uma visão contemporânea, mais séria, do futuro de 2048. Efeitos visuais atualizados, uma trama mais complexa e protagonistas definidos por seus relacionamentos conturbados dão à Família Robinson nuances de personagens reais, porém, um tanto quanto rasos.

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    Bebendo de fontes clássicas do cinema e da televisão como Star Trek, E.T.Jurassic Park e até AlienLost in Space (no original) esbanja nas referências e inspirações para suas cenas de ação e aventura, especialmente aquelas que trazem criaturas ameaçadoras. E denota elementos de filmes de "brucutus" das telonas, colocando o Sr. Robinson de Toby Stephens como um herói com um quê de Arnold SchwarzeneggerLiam Neeson nas sequências de ação.

    Desta vez, a série dá mais espaço à Sra. Maureen Robinson (Molly Parker), que continua sendo uma brilhante cientista, mas agora tem o papel de líder da família, enquanto o pai das crianças tenta se reaproximar após um período ausente. O feminismo e a diversidade ainda estão presentes nas filhas Judy (Taylor Russell), a destemida médica do grupo, e Penny (Mina Sundwall), uma futura autora com decisões irritantes e tiradas que servem de alívio cômico.

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    Talvez o mais carismático de todos seja o jovem Will Robinson, interpretado pelo ator revelação Maxwell Jenkins. Sua relação com o pai e com o robô alienígena que grita "perigo" — desta vez com um visual mais ameaçador e ao mesmo tempo dócil — são o norte de grande parte da temporada. Bem como a ingenuidade do garoto e a incrível capacidade que ele tem de conseguir soluções rápidas no último minuto e salvar o dia.

    Também está de volta o piloto Don West (Ignacio Serricchio), um "faz tudo" e contrabandista, que chega à Júpiter 2 mais para frente da história. Ele ainda serve como alívio cômico e, caso a trama dos anos 60 seja seguida, um possível interesse amoroso de Judy. Além dele, a produção insere novos personagens, sobreviventes de uma missão maior da qual os Robinson fazem parte. Isso dá espaço para novos conflitos e relevos à trama.

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    Um dos principais destaques da série, porém, é a Dra. Smith — sim, nesta versão, a vilã é uma mulher —, interpretada por Parker Posey. Ao contrário do antagonista trapalhão dos anos 60, ela não só é uma trapaceira, como também uma quase sociopata. Suas ações beiram o clichê, tanto que, quando ela é obrigada a mostrar alguma simpatia, parece algo falso. Ainda assim, a escolha do roteiro de fazê-la mais vil dá à produção um interessante ar de tensão e suspense.

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    Usando como recurso flashbacks para explicar a chegada da família e pecando um pouco no ritmo, pulando algumas importantes cenas de ação, Perdidos no Espaço demora a empolgar mas dá conta do recado. E entrega um resultado melhor do que sua versão cinematográfica de 1998. Sem contar que deixa espaço para uma segunda temporada ainda mais interessante.

     

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