A série For All Mankind, da Apple TV+, é uma produção que devia estar na sua lista! A trama se destaca ao tratar o espaço não como um cenário de fantasia, mas como um ambiente hostil que exige método e precisão. O enredo parte de um ponto crucial em 1969: na linha do tempo fictícia, quem chega primeiro à Lua é a União Soviética. A partir dessa ruptura histórica, a atração acompanha o avanço científico e as disputas políticas que impulsionam novas fases da exploração espacial.
Esse ponto de partida redefine a corrida espacial como um processo contínuo, sem desmobilização após a derrota inicial dos Estados Unidos. Na trama, a NASA responde acelerando projetos, expandindo o treinamento de astronautas e investindo em metas mais ousadas para a Lua e, depois, além dela. O resultado é um universo em que a competição entre potências molda décadas de decisões estratégicas.
A construção dessa realidade alternativa combina rigor científico e narrativa de longo alcance
Ao longo das temporadas, For All Mankind integra mudanças profundas: a entrada antecipada de mulheres no programa espacial, a formação de bases permanentes na Lua e, futuramente, os esforços para colonizar Marte. Esses elementos surgem como desdobramentos diretos da divergência inicial, sustentados por um entendimento sólido de geopolítica, ciência e história.
Personagens como Edward Baldwin, Danielle Poole, Margo Madison e Ellen Wilson envelhecem, enfrentam perdas e veem suas carreiras moldadas pelos rumos da exploração espacial. A continuidade narrativa permite que eventos aparentemente pequenos no início repercutam muitos anos depois, criando a sensação de acompanhar uma longa crônica sobre ambição humana.
Ao abordar o impacto da exploração espacial na vida pública, na política e nas relações pessoais, For All Mankind constrói uma ficção científica que se apoia tanto na emoção quanto na verossimilhança. Com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, a produção se firma como uma das narrativas mais ambiciosas do gênero disponíveis no streaming.