Bridgerton pode até ser uma das séries favoritas do momento entre as produções de Shondaland, mas o legado, sem modéstia, só começou quando Shonda Rhimes apostou todas as suas fichas em 2005 com Grey’s Anatomy, na programação da tradicional emissora norte-americana ABC.
Apesar de dramas médicos não serem novidade na TV, Shonda Rhimes revolucionou o gênero. Mesmo quem nunca assistiu conhece a fama da série e sua influência na cultura pop. A trama acompanha Meredith Grey (Ellen Pompeo) e seus colegas residentes no Seattle Grace Hospital, equilibrando dramas pessoais e profissionais em meio a uma rotina hospitalar intensa. O grande trunfo da série foi fazer o público se importar profundamente com cada personagem — dos médicos mais experientes aos pacientes marcantes.
Esqueça Grey’s Anatomy e The Good Doctor: Stephen King afirma que esta é a melhor série médica do momentoO imaginário pop está cheio de referências a cenas icônicas, como o "Pick me, choose me, love me" de Meredith ou o trágico acidente que mudou tudo na 10ª temporada. Não à toa, a série ainda está no ar, com 21 temporadas e dois spin-offs produzidos. Grey’s Anatomy permanece como o drama médico mais duradouro da TV, mas não é a única produção a deixar sua marca na história.
Todos éramos reféns de Lost

Apesar do final polêmico e das críticas às últimas temporadas, Lost foi um fenômeno indiscutível. Criada por J.J. Abrams e Damon Lindelof, a série acompanha os sobreviventes de um acidente aéreo em uma ilha misteriosa. Liderados pelo médico Jack Shephard (Matthew Fox) e pelo enigmático John Locke (Terry O'Quinn), eles descobrem que o local esconde segredos perigosos — enquanto flashbacks revelam os traumas de cada personagem.
O grande trunfo foi o suspense impecável: cada episódio terminava com mais perguntas do que respostas, alimentando teorias e discussões frenéticas entre os fãs. Lost se beneficiou da era pré-streaming, onde o público tinha uma semana inteira para digerir cada reviravolta. Seu legado? Influenciou séries a investirem em mitologias complexas e narrativas cheias de ganchos, um padrão que permanece até hoje.
O (não tão) surpreendente sucesso de Desperate Housewives

Se Big Little Lies e Sharp Objects conquistaram o público, parte do crédito vai para Desperate Housewives, de Marc Cherry. Na época, um drama com protagonismo exclusivamente feminino era raro, mas a série provou que histórias de mulheres podiam ser tão cativantes (e lucrativas) quanto as de homens.
A trama começa com o suicídio de Mary Alice Young, que narra, do além, os segredos sombrios e cômicos de suas amigas no subúrbio perfeito de Wisteria Lane. Mesmo seguindo um tom de novela, a série inovou ao misturar comédia, suspense e críticas sociais — algo que inspirou produções atuais. O sucesso foi tão grande que gerou jogos, livros e até um álbum de trilha sonora.
The Office revolucionou a comédia

Se Grey’s Anatomy, Lost e Desperate Housewives marcaram seus gêneros, The Office fez algo ainda mais raro: reinventou a comédia na TV. A série, adaptada da versão britânica criada por Ricky Gervais e Stephen Merchant, popularizou o formato de mockumentary e provou que o humor pode surgir do cotidiano mais banal — desde que bem executado.
A trama acompanha os funcionários da Dunder Mifflin, uma enfadonha empresa de papel na Pensilvânia, liderada pelo incompetente (e hilário) Michael Scott, interpretado por Steve Carell. Com diálogos improvisados, olhares para a câmera e situações absurdamente realistas, a produção capturou a essência do tédio corporativo e a transformou em ouro cômico.
The Office quase foi cancelada na primeira temporada – mas foi salva por Steve Carrell: "Uma das coisas mais difíceis da minha carreira"Enquanto as sitcoms tradicionais dominavam a TV, a série apostou em um estilo cru e inovador, quase sem trilha sonora ou risadas de fundo, confiando apenas no timing preciso e na química do elenco. Além disso, apresentou personagens imperfeitos — e inesquecíveis —, como Jim e Pam, o casal que conquistou o público, e o peculiarmente cativante Dwight Schrute.
O legado do seriado é inegável, virou fenômeno no streaming anos depois do fim, inspirou derivados como Parks and Recreation e Modern Family e segue influente mesmo 15 anos após seu último episódio. Memes da série ainda dominam as redes sociais, e a pergunta "Which The Office character are you?" nunca saiu de moda.
Grey’s Anatomy, Lost e Desperate Housewives estão disponíveis na Disney, já The Oficce é possível conferir na Netflix ou Max.