O lançamento simultâneo de Viúva Negra no streaming e nas telonas tem se tornado uma polêmica desde a publicação da carta aberta dos proprietários de cinema, em que criticavam a Disney+ pela baixa na bilheteria. Agora, até mesmo Scarlett Johansson entrou na briga e está processando a Disney pela decisão tomada no filme solo da icônica personagem da Marvel.
Em um processo aberto nesta quinta-feira (29), no Tribunal Superior de Los Angeles, os advogados de Scarlett Johansson alegam que o contrato da atriz foi violado quando o estúdio optou por não estrear o filme exclusivamente nos cinemas — uma atitude que, segundo eles, foi responsável por diminuir a bilheteria de Viúva Negra.
A decisão da Disney afeta à atriz protagonista porque parte do salário dela está ligado ao desempenho do longa-metragem na venda de ingressos, e ao ultrapassar o valor inicialmente combinado, ela ainda receberia um bônus. Na descrição do processo, está escrito: “A Disney induziu intencionalmente a violação do contrato da Marvel, sem justificativa, a fim de evitar que a Sra. Johansson percebesse todos os benefícios de sua barganha com a Marvel.”
Bilheteria de Viúva Negra também foi prejudicada
Viúva Negra caiu para a 2ª posição em sua segunda semana de lançamento, com 26,3 milhões de dólares em bilheteria no fim de semana de 16 a 18 de julho. A atração da super-heroína sofreu uma queda acentuada de 67%, um dos maiores declínios de um título da Marvel e o pior entre os filmes do universo cinematográfico da Marvel lançados pela Disney — a maioria dos filmes durante a era pandêmica também sofreu grandes quedas.
Apesar disso, ao anunciar os resultados das bilheterias do fim de semana de abertura de 9 a 11 de julho, a Disney fez história na era da pandemia ao adicionar a receita do Disney+ Premier Access ao número total da Viúva Negra. Essa medida fez com que a abertura global da bilheteria do filme atingisse a marca de 218 milhões de dólares, devido à adição de 60 milhões gerados pelas pessoas que consumiram o longa-metragem de Scarlett Johansson em casa, por meio do streaming.
Os streamings têm reduzido cachê dos atores
A equipe jurídica de Scarlett Johansson entra em ação em um período em que os modelos de distribuição estão sendo modificados em decorrência da pandemia de coronavírus, remodelando a forma em que os atores têm sido pagos por seus trabalhos. Muitos nomes importantes na indústria incluem em suas cláusulas contratuais a participação nos lucros de bilheteria.
Mas, com o surgimento de serviços de streaming, essas formas de compensação mudou a maneira de fazer negócios. Quando a Warner Bros., por exemplo, optou por enviar toda a sua lista de filmes para a HBO Max, percebendo que os cinemas operavam apenas com capacidade limitada durante grande parte do ano, o estúdio teve de pagar dezenas de milhões de dólares às estrelas desses filmes. Isso resultou em atores como Will Smith, Denzel Washington e Keanu Reeves ganhando o cachê completo nos filmes que a produtora lançou em seu novo serviço.
Caso o processo de Scarlett Johansson a beneficie, isso pode encorajar mais atores a conquistarem suas compensações adicionais para filmes que foram enviados para o streaming durante o lançamento.