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    Eu Terei Sumido na Escuridão: Série documental da HBO narra história de jornalista que investigou um caso esquecido (Primeiras impressões)

    Em seis episódios, produção de true crime conta como Michelle McNamara se tornou um importante nome no caso Golden State Killer.

    Michelle McNamara pode não ser um nome conhecido por muitas pessoas, mas agora certamente será. A escritora e jornalista fascinada por true crime (casos verdadeiros de crimes brutais) conquistou um importante espaço dentro do jornalismo investigativo ao unir seu ofício com uma paixão inexplicável por tais informações. De tão marcante que foi sua presença neste ramo, a HBO acaba de lançar mundialmente a série documental Eu Terei Sumido na Escuridão, que não só detalha o profissionalismo de Michelle como também expõe os inúmeros efeitos que surtiram de sua determinação.

    O episódio de introdução ao universo de McNamara é um belo exemplar de como a produção documental - quando bem dinamizada com um grande volume de informações - pode resultar em uma história envolvente e bem estruturada. Eu Terei Sumido na Escuridão traz uma promissora quantidade de dados e pesquisas expressa por diversos entrevistados sobre a própria Michelle (que faleceu em 2016) e seu trabalho.

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    Mas o fato de Michelle não estar presente na produção não significa que ela está apenas no lado criativo da série. Através de vídeos, sejam eles caseiros ou profissionais, e áudios de podcasts que participou ao longo da carreira, a jornalista é, de fato, a peça central da produção. Apesar de o episódio se iniciar com o viúvo Patton Oswalt assinando exemplares do livro da esposa (com título homônimo ao da série), o roteiro e a montagem destacam o quanto sua ausência atual acentua ainda mais o impacto de sua presença nos eventos abordados.

    O piloto conta em detalhes os primórdios de seu trabalho como jornalista investigativa - começando pelo ano em que criou seu famoso blog, True Crime Diary, até o momento em que passou a se dedicar dia e noite no caso não resolvido do assassino de Golden State, que estuprou 50 mulheres e matou pelo menos 10 pessoas. Eu Terei Sumido na Escuridão apresenta a obstinação de McNamara em tornar mais discutido um caso que, por mais assustador que tenha sido na época, nunca encontrou uma solução. Seja pela falta de provas ou pelo medo da polícia local do que a mídia apresentaria à população, o estuprador ficou impune por décadas.

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    A série aborda, também, o "faro" certeiro da protagonista em ligar os pontos de outros casos no país - fato que a deixou ainda mais determinada a seguir sua intuição e este ramo no jornalismo. Dirigido por Liz Garbus, o episódio já apresenta um time de entrevistados bem interessante: desde seu marido, passando por amigos, fãs do blog, policiais da época dos crimes e, por fim, as parceiras de Michelle dentro da investigação do caso Golden State, todas as informações são relevantes. Além disso, tudo que é dito e mostrado através das imagens ajudam a compor sua persona - algo essencial, visto que a série fala mais sobre a jornalista do que propriamente sobre o assassino.

    A linguagem de Eu Terei Sumido na Escuridão prende a atenção do espectador tanto quanto o conteúdo detalhado de true crime. É envolvente acompanhar a harmonização entre o que é dito e o que é exibido em imagens tão triviais (como uma limonada para projetar a conversa de Michelle com uma colega do jornalismo, ou a forma como uma detetive acenou para ela em um primeiro encontro). O discurso narrativo e tais signos semióticos funcionam muito bem, especialmente quando não temos a voz ativa do principal elemento da produção.

    Assim como no livro homônimo de McNamara, Eu Terei Sumido na Escuridão avançará de forma aprofundada no caso de estupros em Sacramento. A série é exibida aos domingos, às 23h, na HBO Brasil e HBO Go.

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