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    Zé do Caixão: 7 filmes essenciais do pai do terror brasileiro

    José Mojica é um dos principais representantes do gênero de terror no Brasil, e deixou um legado icônico.

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    Longas unhas, personalidade peculiar e roupas assustadoras. Superficialmente, estas podem ser algumas das características que nos remetem à José Mojica Marins. Porém, a relevância de Zé do Caixão vai muito além da excentricidade. O cineasta não apenas marcou gerações por seu estilo de direção visualmente avassalador, como criou o primeiro filme de terror brasileiro, com À Meia-Noite Levarei Sua Alma.

    Seu pai era gerente de um cinema em São Paulo, e por isso, José criou fortes vínculos com a sétima arte desde cedo. Quando adolescente, começou a gravar películas caseiras com a ajuda de amigos. Toda esta paixão atravessou fronteiras, e fez com que a figura ganhasse reconhecimento internacional, sendo destaque em programas norte-americanos nos anos noventa.

    Enfrentando a censura da ditadura militar, moralismos e tabus sociais, Zé do Caixão criou obras à frente de seu tempo, que inspiraram futuras linhagens de cinéfilos e fizeram milhares de crianças perderem suas noites de sono. Veja a seguir, sete filmes que provam por que o artista é um de nossos tesouros nacionais:

    1. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964)

    À Meia-Noite Levarei Sua Alma marcou a estreia do diretor no gênero de terror. Antes disso, ele havia feito dois longas: A Sina do Aventureiro, em 1958, e Meu Destino em Tuas Mãos, de 1962. Para realizá-los, o diretor precisou optar por financiamentos.

    Além das dificuldades econômicas, José também era limitado tecnicamente por não ter um diploma acadêmico. Como resultado, as produções fracassaram ao serem lançadas. Porém, após ter um pesadelo em que era arrastado no cemitério por um coveiro assustador, ele decidiu mudar drasticamente a direção de sua carreira.

    Foi aí que nasceu o alter-ego Zé do Caixão, personalidade que marcou presença na maioria de seus filmes. Vendendo a própria casa, José conseguiu o dinheiro necessário para produzir o longa, não imaginando que este mudaria o cenário cinematográfico nacional para sempre.

    A história gira em torno de um homem sádico, que deseja ter um filho perfeito para prolongar seu legado maligno por gerações. Contudo, seu desejo gera consequências graves, e uma de suas vítimas retorna dos mortos para conquistar vingança.

    2. Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (1967)

    Selecionado como um dos 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), a continuação de À Meia Noite Levarei Sua Alma continuou a retratar Zé do Caixão submetendo jovens mulheres à atos cruéis.

    Seus experimentos ainda giram em torno da criação do filho perfeito, mas desta vez, ele também deseja encontrar um par que concorde com suas atitudes perversas.

    3. Delírios de um Anormal (1978)

    Uma das principais características das obras de Zé do Caixão é a sanguinolência extrema. Por este motivo, seus filmes ganhavam versões censuradas quando divulgados. Em Delírios de um Anormal, o cineasta juntou todas estas cenas deletadas de longas anteriores, filmou algumas novas, e lançou um de seus trabalhos mais brutais.

    Na trama, Dr. Hamilton, vivido por Jorge Peres, é um psiquiatra que tem sonhos recorrentes com Zé do Caixão tentando sequestrar sua esposa. Em uma tentativa de ajudar o médico desesperado, os colegas de Hamilton pedem auxílio para o cineasta José Mojica, que precisa convencer o homem perturbado que seus pesadelos não representam nenhuma ameaça.

    4. O Estranho Mundo do Zé do Caixão (1968)

    Para quem gosta de antologias, O Estranho Mundo do Zé do Caixão é uma boa dica. O filme reúne três curta-metragens chamados Tara, Ideologia e O Fabricante de Bonecas. Todos eles envolvem temáticas incômodas, como tortura, canibalismo e necrofilia.

    Mesmo lançado há mais de 50 anos, a experiência cinematográfica ainda é impactante, gerando mal-estar nos espectadores mais sensíveis. A obra não conta com a presença do alter-ego de José Mojica.

    5. A Sina do Aventureiro (1958)

    A Sina do Aventureiro não é tão marcante quanto as obras aterrorizantes de José Mojica, porém, é a sua primeira produção cinematográfica. Dotado apenas de uma instinto visual, o diretor guiava sua equipe de produção no set à base do improviso, já que ele não tinha noções claras sobre construção de roteiro.

    A partir daí, ficou evidente que o artista não adotava métodos convencionais. A história em si é simples: Trata-se de um faroeste que acompanha Jaime (Acácio de Lima) tentando escapar de seus inimigos após realizar um assalto no interior de São Paulo.

    6. Encarnação do Demônio (2008)

    Encarnação do Demônio é a última parte da trilogia iniciada por Zé do Caixão com À Meia-Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver. O longa marcou o retorno cinematográfico de José Mojica, que não dirigia películas há 30 anos.

    Selecionado para ser exibido no Festival de Veneza em 2008, o filme mostrava Zé do Caixão sendo libertado da prisão após 40 anos de sentença. Ao sair, ele reúne um culto satânico que irá ajudá-lo a finalmente encontrar alguém que possa lhe dar o filho ideal.

    7. O Exorcismo Negro (1974)

    Em O Exorcismo Negro, José Mojica precisa combater Zé do Caixão, que está realizando o casamento de uma mulher que foi prometida para Satanás. Porém, a maior dificuldade que o cineasta irá encontrar na trama será derrotar a própria criação.

    Zé do Caixão: Conheça o seu legado

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