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    Anima: Curta-metragem de Paul Thomas Anderson estreia na Netflix

    Nova parceria entre diretor e o músico Thom Yorke impressiona por seu estilo experimental e visual deslumbrante.

    Coreografias diferenciadas, iluminações que remetem a sonhos, cenários que misturam a normalidade das estações de metrô e outros pontos de Londres com a estranheza de locais com identidade visual monocromática e, é claro, uma bela trilha-sonora.

    O que poderia ser um musical ou um longa-metragem acaba por ser um curta de apenas 15 minutos – mas que possui intensidade em alta graças à direção de Paul Thomas Anderson e à interpretação de seu parceiro Thom Yorke, vocalista da banda Radiohead. Assim como no trabalho em dupla no videoclipe Daydreaming, Anima mostra o quão esta parceria é proveitosa: tanto para Anderson mostrar seu talento com câmera e na composição de cenas deslumbrantes, quanto para Yorke, com sua presença e voz magnéticas.

    Mesclando uma atmosfera de imaginação com experimentação, Anima conta uma história simples: um homem (Yorke) pega o metrô, aparentemente na volta de seu trabalho, e pega no sono. A partir daí se sucedem uma série de momentos em que pessoas dançam e se movimentam de maneira um tanto estranha, enquanto o homem vai atrás de uma mulher a fim de entregar uma mala que ela deixou para trás. Como se fosse um sonho criado no caminho para casa, é assim que o curta se desenrola: sem muito sentido, mas extremamente interessante.

    Os momentos que mais impressionam são os que Yorke tenta sair de um quadrado gigante onde há diversos homens "dançando" e obstruindo a passagem. A movimentação da câmera de Anderson dá todo um aspecto teatral e, sobretudo, surreal à tal situação – e as expressões faciais de York, mesmo sem serem seguidas de falas, já dizem muito por si só durante toda a execução desta pequena história.

    Anima começa e termina dando a sensação de que é possível viajar de um lugar para outro sem o menor esforço ou necessidade de maiores explicações. Em poucos minutos, o curta nos transporta para uma realidade distópica mas que ainda assim é familiar, pois trata puramente de que a força em qualquer busca que optamos por fazer está nos detalhes.

    Anima está disponível na Netflix e o novo álbum homônimo de Thom Yorke também já está disponível nas plataformas digitais.

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