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    Festival de Berlim 2018: Já vimos Unsane, suspense de Steven Soderbergh filmado com iPhone

    E mais alguns filmes polêmicos.

    A 68º edição do festival de Berlim está polêmica como poucas vezes antes. Com grande quantidade de filmes radicais na forma e no conteúdo, as reações têm sido extremas, incluindo diversos casos de filmes adorados por alguns e detestados por outros. Entre os filmes de hoje, a situação não foi diferente. Imagina o trabalho que vai ter o júri?

    Filmar a loucura com um iPhone

    Steven Soderbergh, diretor de Onze Homens e um Segredo, está acostumado às produções gigantescas. Mas ele também é fã do cinema de baixo orçamento, e desta vez fez uma experiência radical: gravou o suspense Unsane inteiramente com um iPhone. Na trama, uma jovem mulher (Claire Foy) diz estar sendo perseguida por um maníaco, mas é internada num hospital psiquiátrico contra a sua vontade, como se fosse ela a louca.

    Quem tem razão nesta história, afinal? Soderbegh se diverte com esta história, propondo uma série de reviravoltas improváveis e bastante divertidas. O aspecto trash funciona muito bem com a imagem de baixa qualidade, e o filme garante seus sustos no quesito suspense.

    Filmar a filosofia através do incesto

    My Brother's Name is Robert and He Is an Idiot, de Philip Gröning, causou a sessão mais conturbada da Berlinale até agora. Algumas pessoas vaiaram (antes do final, inclusive), outras aplaudiram extasiadas, um homem gritou horrorizado no meio do filme, dezenas de pessoas levantaram e saíram revoltadas, fazendo barulho com as cadeiras e portas.

    O motivo para tudo isso foi a exibição de três horas de duração, misturando uma divagação filosófica de dois irmãos sobre o tempo (enquanto deitam numa planície se provocam sexualmente) e uma alternância de cenas realmente violentas. Rumo ao final, o diretor tenta analisar a violência de suas próprias imagens pelo viés da filosofia. É algo único, arriscado, radical como raramente se faz no cinema. Seria o nosso Urso de Ouro até agora.

    Filmar a censura pela comédia do absurdo

    Khook é uma raríssima comédia popular iraniana a chegar aos festivais de cinema. O diretor Mani Haghighi parte de uma realidade infelizmente comum no país, a proibição de diretores contra o governo fazerem novos filmes. No entanto, ele subverte a ideia com uma metáfora sangrenta: em sua história, os melhores diretores do país são decepados por um assassino em série.

    No entanto, o personagem principal, Hassan (Hasan Ma'juni) não é perseguido pelo matador, e fica enciumado. Isso significa que ele não é um cineasta importante o suficiente? O filme está cheio de piadas sobre o mundo do cinema e as dificuldades de encontrar trabalho. Muitos diálogos levaram o público às gargalhadas, embora o formato seja um pouco limitado.

    Leia todas as nossas críticas e notícias no guia do festival de Berlim.

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