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    Coletivo feminista demanda remoção de estátua de Woody Allen na Espanha

    A petição foi iniciada após o ressurgimento da controvérsia envolvendo o diretor, acusado de abuso sexual por sua filha, Dylan Farrow.

    Celebrado mundialmente por causa de sua vasta e influente filmografia, Woody Allen recebeu uma importante honraria da cidade de Oviedo, na Espanha, em 2003: uma estátua de bronze em tamanho real, erguida em uma rua de comércio do local para homenagear o criador de filmes como Noivo Neurótico, Noiva NervosaHannah e Suas Irmãs - posteriormente, o realizador devolveria a cortesia ao município espanhol, elegendo-o como um dos cenários de Vicky Cristina Barcelona. Entretanto, mesmo um sólido tributo como uma estátua pode ser desaparecer. É esta a intenção de um coletivo de mulheres espanhol - a Organização Feminista de Astúrias -, que demanda a remoção da estátua de Allen por causa das denúncias de abuso sexual contra o cineasta feitas por sua própria filha, Dylan Farrow (via O Globo).

    De acordo com a associação, a remoção da estátua seria uma forma de encerrar a homenagem ao "abusador e pervertido" Allen; representas da cidade de Oviedo já declararam que vão considerar a solicitação nas próximas reuniões municipais. Caso o pedido do coletivo seja acatado, a remoção da estátua representará mais um capítulo da trajetória de reveses sofridos pelo realizador desde que os assédios sexuais do ex-produtor Harvey Weinstein foram revelados no último mês de outubro, iniciando um amplo e poderoso movimento contra abusos sexuais em Hollywood. Não demorou, então, para que o caso Farrow-Allen fosse trazido de volta à baila e para que as alegações da filha do cineasta provocassem uma inédita onda de rejeição ao diretor e à sua filmografia.

    Nos últimos meses, atores como Timothée ChalametRebecca Hall - que fazem parte do elenco de A Rainy Day in New York, vindouro filme do nova-iorquino - doaram os cachês recebidos durante a produção para o movimento Time's Up, organizado para apoiar as vítimas de assédios sexuais; as atrizes Greta Gerwig e Ellen Page, por sua vez, manifestarem arrependimento por terem trabalhado com Allen. E além de ter perdido apoio de colaboradores antigos e da reprovação de coletivos feministas, Allen também foi criticado por Natalie Portman e Reese Witherspoon, que pediram para que seus colegas parassem de aceitar papéis nos filmes de Allen e declararam acreditar nas alegações de Farrow. As denúncias da filha do cineasta foram investigadas, ainda na década de 1990, pelo departamento de serviço social de Nova Iorque e por uma junta de médicos especializada em abuso infantil, mas nenhum índicio de molestamento foi encontrado.

    Fontes da Vulture acreditam que o lançamento de A Rainy Day in New York - que supostamente inclui uma cena de sexo entre uma adolescente e um homem de meia-idade, uma fantasia constante nos controversos arquivos pessoais de Allen - possa ser prejudicado pelo ressurgimento das alegações. Segundo a reportagem, o Amazon Studios, companhia responsável pela produção e distribuição de A Rainy Day in New York, estaria estudando lançar o longa apenas na plataforma de streaming da empresa, o Amazon Prime. Entretanto, outras fontes consultadas pela reportagem acreditam que a estreia da vindoura obra nos cinemas não será afetada.

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