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    Cenas de filmes de terror que deixaram os próprios atores em pânico

    Cenas de filmes de terror que deixaram os próprios atores aterrorizados

    O pior defeito já detectado em um filme de terror é quando a narrativa não dá medo nem em uma criança. Um bom clássicos do gênero tem que arrancar gritos, arrepios e pulos da poltrona nas plateias de cinemas de todo o mundo  — e por vezes incontáveis noites de pesadelos.

    Entretanto, para conseguir sequências autenticamente horripilantes, alguns diretores não tinham em mente apenas a intenção de aterrorizar o público, mas também despertar o pavor dos atores no set em prol de atuações mais genuínas.

    Abaixo, conheça cinco cenas de filmes de terror que deixaram os próprios atores envolvidos nas filmagens assustados.

    O Exorcista (1973)

    William Friedkin fez história ao aterrorizar o mundo na década de 1970 com o clássico O Exorcista, sobre uma dócil menina transformada em besta após ser possuída pelo demônio Pazuzu. No documentário produzido para a TV The Fear of God, que analisa os bastidores e o impacto cultural do clássico longa-metragem, o diretor revelou alguns de seus segredos para atiçar reações do elenco.

    Em determinado momento de O Exorcista, o Padre Karras, interpretado por Jason Miller está determinado a descobrir se Regan (Linda Blair) está mesmo possuída ou se todos aqueles incidentes não são invenção da mente da menina. Com sua voz sinistra, a garota endemoniada menciona a esposa falecida do clérigo que a desafia a provar que sabe do quê ela está falando. A resposta, para o desgosto de Karras (e de Miller) não vem em palavras, mas sim com um jato de vômito.

    Friedkin havia combinado com Miller que a sopa de ervilha fria usada como vômito cenográfico seria despejada em seu peito, mas desde o início a intenção do diretor sempre foi lançar o material no rosto do ator, que detesta sopa de ervilha, e esperar sua reação. Basta reasssistir a cena para perceber que Miller tomou um susto de verdade. Foi necessário apenas um take para concluir aquela parte da filmagem. Após isso, Miller passou o resto do dia irritado no set.

    As gravações de O Exorcista foram marcadas por ações nada ortodoxas de Friedkin na condução do projeto. O cineasta costumava tocar músicas em alto volume no set, andava armado e atirava aleatoriamente para deixar os atores tensos, chegou a refrigerar o máximo que podia os locais de gravação e provocou uma lesão na coluna da atriz Ellen Burstyn numa cena em que ela deveria ser lançada na parede.

    Alien, o 8º Passageiro (1979)

    Sangue e vísceras jorraram no set de filmagens do clássico Alien, o 8º Passageiro — e nenhum ator do elenco, com exceção de John Hurt, sabia que as coisas seriam daquele jeito. A cena em que um alienígena "filhote" sai do tórax de Kane (Hurt) após ele convulsionar de dor foi um dos momentos mais chocantes, inesperados e icônicos do filme de terror e ficção científica dirigido por Ridley Scott.

    Antes da cena ser rodada, Scott pediu que todos os atores, com exceção do "grávido" Hurt, deixassem o set. Técnicos de efeitos especiais então posicionaram o corpo do ator estratégicamente debaixo de uma mesa para que o pequeno monstro, que na verdade era um fantoche, pudesse surgir do falso corpo. O elenco não tinha recebido nenhuma descrição detalhada sobre o que se daria na tal cena além da linha "O monstro emerge" escrita no roteiro. Quando eles voltaram para o set, a equipe de filmagem usava uma roupa especial para se proteger do sangue e vísceras de porco apodrecidas que iriam jorrar em instantes, mas os atores não notaram isso.

    Quando a violenta erupção alienígena se deu, todo o elenco ficou tão horrorizado quanto o público deve ter ficado quando viu a famosa sequência pela primeira vez. A atriz Veronica Cartwright, que foi atingida com a maior parte do sangue, ficou tão desesperada que seu grito ("Oh, God") não estava no roteiro. Ela passou mal depois da cena, assim como o ator Yaphet Kotto, que teve um pico de pressão alta no momento.

    A Bruxa de Blair (1999)

    Em A Bruxa de Blair, os diretores Daniel Myrick e Eduardo Sanchez basicamente quiseram garantir que o elenco estaria apavorado o tempo inteiro e não apenas em uma cena específica. No filme que popularizoui a febre dos longas de terror com o estilo found footage (no qual a trama se baseia em eventos supostamente reais capturados por câmeras amadoras), três estudantes de cinema entram em matas perigosas para fazer um documentários sobre uma bruxa e desaparecem.

    Myrick e Sanchez rodaram o filme de terror em apenas oito dias nas florestas do estado americano de Maryland. Os diretores escreveram um curto roteiro sobre uma lenda fictícia com muito espaço para improvisação e entregaram câmeras para os três atores do elenco e alguns itens de sobrevivência. Atores e diretores se comunicavam pouco, por vezes por walkie-talkies.

    Os atores se perderam na floresta por diversas vezes. Em algumas ocasiões, os diretores seguiam os atores para lançar galhos e pedras neles à noite. Em outras, balançavam as barracas nas quais eles dormiam. Os cineastas também davam cada vez menos comida para o elenco, afim de deixá-los mais e mais vulneráveis.

    O Massacre da Serra Elétrica (1974)

    O diretor Tobe Hooper criou em O Massacre da Serra Elétrica um dos filmes de terror mais influentes de todos os tempos, fundamentando as diretrizes do subgênero slasher, como o uso de ferramentas como armas e a presença de um assassino corpulento e sem rosto visível.

    Inspirado pela cobertura sensacionalista de matérias policiais para a televisão e pelos assassinatos do psicopata Ed Gein, Hooper desenvolveu em conjunto com o corroteirista Kim Henkel o vilão Leatherface, interpretado por Gunnar Hansen.

    Hooper deixou Hansen isolado do restante do elenco de modo que cada ator veria o antagonista principal, com toda sua sinistra caracterização e máscara de pele humana, pela primeira vez diante das câmeras, após o grito de "Ação!". Além disso, o diretor disse que praticamente todos os atores do elenco saíram machucados das filmagens por conta da intensidade das cenas de violência. "Todos me odiavam quando a produção terminou", afirmou Hooper. "Levou anos para eles acalmarem os ânimos."

    O Iluminado (1980)

    Stanley Kubrick maltratou como pôde Shelley Duvall durante as filmagens de O Iluminado, aclamada adaptação para os cinemas do romance de Stephen King. Relatos sobre os bastidores de produção mostram que o cineasta costumava discutir constantemente com a atriz, colocava outras pessoas da equipe contra ela, a pressionava e a fez ela rodar 127 vezes a cena do bastão de baseball.

    Durante a produção, Duvall adoeceu e chegou a perder tufos de cabelo por conta do stress ao qual foi submetida. O filme foi rodado de maneira cronológica, então o desarranjo psicológico da personagem visto em cena também é um retrato do que Duvall passou como pessoa durante aqueles meses de gravação.

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