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    É Apenas o Fim do Mundo: "Gosto de desaparecer dentro dos filmes que faço", afirma Léa Seydoux (Exclusivo)

    A atriz falou sobre seu trabalho no novo filme do diretor Xavier Dolan, de como o star system é encarado na França e as diferenças de trabalhar no cinema americano.

    Léa Seydoux é um caso raro: estrela em sua França natal, onde protagonizou Azul é a Cor Mais Quente e A Bela e a Fera, ela alcançou a fama também nos Estados Unidos, muito graças à sua participação em duas franquias altamente rentáveis, em 007 Contra Spectre e Missão Impossível: Protocolo Fantasma.

    De volta aos cinemas brasileiros no próximo dia 24, com É Apenas o Fim do Mundo, Léa concedeu uma entrevista exclusiva ao AdoroCinema durante o Festival de Cannes. Nela falou não apenas sobre sua participação no novo longa-metragem dirigido pelo menino-prodígio Xavier Dolan (leia nossa entrevista com ele!), mas também sobre as diferenças entre trabalhar no cinema francês e americano. Confira também nossa crítica do filme!

    TRABALHAR COM DOLAN

    Adorado por muitos e odiado por outros tantos, Xavier Dolan é sempre tema de discussão. Desta vez o diretor de MommyEu Matei Minha Mãe retorna ao cinema com a adaptação teatral da peça homônima escrita por Jean-Luc Lagarce, apresentada de uma forma bem diferente: através de closes, que quase sempre enquadram um personagem por vez.

    "Sim, eu sabia [que o filme seria rodado deste jeito]. Acho que tinha que ser assim porque o filme é sobre as coisas que não são ditas, então nós precisávamos que nossos rostos transmitissem exatamente o que estava se passando. Cinema não é a arte das palavras, é a arte da imagem. É através da imagem que você pode expressar as emoções", afirmou a atriz.

    Léa ressaltou também que não só ela, mas todos os demais atores, estavam no projeto devido à presença de Dolan na direção. "Nós estávamos lá por causa de Xavier Dolan e tínhamos poucos dias para gravar. Foi incrível e muito simples, porque todos somos profissionais, então não tivemos problemas de ego ou algo do tipo."

    Léa fez questão de frisar que, na França, Dolan é um cineasta bastante popular. "As pessoas sempre assistem aos filmes dele. Para um autor independente, ele é muito famoso." Mas revelou: ele não costuma dar espaço para improvisações: "Xavier não queria improvisos. Queria que seguíssemos o texto da maneira como foi escrito."

    Por outro lado, a atriz ressaltou que o fato de Dolan ser também ator ajudou bastante nas filmagens. "O fato dele ser um ator nos ajuda bastante, porque ele ama os atores, tem muita empatia. Ele é muito vivo quando está dirigindo, ri e chora conosco. É muito emotivo. Isso nos ajuda bastante. Ele sente nossas atuações."

    DIFERENÇAS ENTRE BLOCKBUSTERS E FILMES DE ARTE

    Acostumada em transitar entre grandes produções e outras bem menores, Léa Seydoux revelou um pouco de sua rotina a partir das próprias filmagens de É Apenas o Fim do Mundo: "São processos bem diferentes. Eu filmei É Apenas o Fim do Mundo enquanto estava filmando as minhas últimas cenas em 007 Contra Spectre, então foi bem complicado porque tive que ir de uma personagem à outra, às vezes em um espaço de apenas 24 horas. Eu fazia uma cena com Xavier e voltava imediatamente para Londres. Mas isso é o que eu amo fazer, essa é a minha vida. Cinema é sobre a humanidade e eu a encontro tanto nos filmes de James Bond quanto neste filme."

    A atriz falou ainda sobre como gosta de desenvolver suas personagens, independente do tamanho do filme em que esteja. "Gosto de desaparecer dentro dos filmes que faço, gosto de estar completamente imersa em meu trabalho com os diretores. Quando eu interpreto uma personagem, eu estou atuando para o filme, não estou pensando em mim mesma."

    STAR SYSTEM FRANCÊS

    É Apenas o Fim do Mundo conta também com outras estrelas do cinema francês, como Marion Cotillard, Vincent CassellGaspard Ulliel e Nathalie Baye. Léa falou um pouco sobre como funciona o star system francês, tão bem representado neste filme.

    "Não há uma preocupação com o star system na França. Para os franceses, as estrelas são os cantores ou os comediantes, como Omar Sy e Dany Boon. Para mim, os franceses não são histéricos em relação às estrelas. Na França, a vida pessoal é muito mais protegida, nós podemos processar quem tira fotos de nós sem autorização. A vida privada de cada um é muito respeitada na França. Nos Estados Unidos, esses direitos são bem diferentes."

     

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