Azul é a Cor Mais Quente, premiado e polêmico filme de Abdellatif Kechiche, está fora de circulação na França. O filme perdeu seu visa d'exploitation (identificação que autoriza exibições públicas) após a associação ultraconservadora Promouvoir, que diz atuar em defesa da dignidade humana e da proteção dos menores, entrar na Justiça questionando a classificação indicativa de 12 anos. A decisão demorou um pouco, mas saiu, e a partir de agora nada de La Vie d'Adèle nos cinemas franceses.
Kechiche, que foi alvo de várias críticas por parte das estrelas Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux e membros da equipe, elogiou a decisão:
"Me parece bem sã. Nunca pensei que o filme seria visto por crianças de 12 anos e não permitiria que minha filha visse antes dos 14 ou 15. Meus filmes apresentam adolescentes, mas são dedicados sobretudo aos adultos nostálgicos."
Em 2013 ele já havia declarado: "este filme não deveria ter saído, é muito pesado", visivelmente incomodado com a repercussão negativa.
O Tribunal Administrativo de Paris afirma na resolução que as "sequências de sexo entre duas mulheres jovens apresentadas de maneira realista podem ferir a sensibilidade do público jovem" e exige uma nova classificação, alegando que "12 anos" foi fruto de um "erro de apreciação" do Ministério da Cultura. O Ministério tem dois meses para reclassificar o drama e pedir o visa de volta.
Anteriormente a Promouvoir entrou com ações contra Baise-moi, Ken Park, Ninfomaníaca, Jogos Mortais - O Final e Love.
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Azul é a Cor Mais Quente estreou no Brasil em dezembro de 2013, proibido para menores de 18 anos.
