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    Amazonas Film Festival 2013: Metro Manila é uma ode à pureza em meio à cidade grande

    Filme é o representante do Reino Unido ao Oscar 2014 de melhor filme estrangeiro.

    por Francisco Russo

    O segundo dia da mostra competitiva do Amazonas Film Festival começou da mesma forma que chegou ao fim o dia anterior: com um curta-metragem aclamado pelo público e um longa-metragem duro, que arrancou elogios dos espectadores.

    Os poucos presentes no Teatro Amazonas na tarde ensolarada deste domingo puderam conferir a animação nacional Faroeste - Um Autêntico Western, de Wesley Rodrigues. Repleto de citações ao clássico bangue-bangue, abrasileirado com toques referentes ao universo do cangaceiro, o curta brinca com o gênero faroeste ao aplicar suas peculiaridades em uma história envolvendo animais e muito sangue.

    Logo a seguir foi exibido o longa Metro Manila (foto), coprodução entre Filipinas e Reino Unido dirigida por Sean Ellis. A história acompanha a saga de um casal que, ao lado das duas filhas, deixa o interior rumo à metrópole de Manila, onde espera conseguir emprego e uma vida melhor. O tom esperançoso do início aos poucos é diluído pelas dificuldades na vida em uma cidade grande, repleta de golpes e trapaças. "Aqui é o oeste selvagem", diz um personagem, fazendo uma imediata associação com o curta exibido na mesma sessão.

    Bastante sensível, Metro Manila é uma ode à pureza do ser humano em meio à degradação social e ética existente numa civilização corrompida pela ganância e o egoísmo, personificada no filme pela própria cidade grande. Trata-se de uma história que poderia facilmente ser contada em qualquer capital brasileira ou latino-americana, pelo seu caráter universal. Além disto, o desfecho bem elaborado dá à história como um todo uma abrangência da realidade ainda maior, no sentido de ser obrigado a lidar com a maldade para que se possa seguir em frente.

    Infelizmente, o turno da noite da mostra competitiva não foi tão feliz em matéria de qualidade. Por mais que o curta Quinto Andar, de Marco Nick, tenha chamado a atenção pelo grafismo aplicado na animação, o longa O Futuro, de Alicia Scherson, foi uma decepção total. Vazio e muitas vezes sem sentido, o filme se arrastou por 99 minutos em uma infindável trama envolvendo dois irmãos que, sem ter o que fazer, aceitam que dois marombeiros de plantão se instalem em suas casas e elaborem um plano onde a protagonista precisa seduzir um ex-astro do cinema cego. Quem o interpreta? Rutger Hauer, em uma aparição daquelas que mereciam ser apagadas do currículo.

    O Amazonas Film Festival terá ainda mais dois dias de mostra competitiva, nos quais serão exibidos o afegão Wajma e os brasileiros Entre Nós, Olho Nu e Tatuagem. O anúncio dos premiados ocorrerá na próxima quarta-feira, 6 de novembro, e o resultado você poderá conferir no AdoroCinema.

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