Já em cartaz nos cinemas brasileiros, Avatar: Fogo e Cinzas leva a história da saga de ficção científica para um lugar mais intenso, feroz e profundo de Pandora: O Povo das Cinzas. Ao adentrar essas novas camadas na história, James Cameron arrisca com camadas de complexidade dos personagens que jamais tinham sido exploradas.
Isso fica latente quando pegamos a relação entre os vilões Miles Quaritch, interpretado por Stepehn Lang desde o primeiro filme, e Varang, a rainha do clã Mangkwan vivida pela atriz Oona Chaplin. Eles formam uma aliança para acabar com Jake Sully (Sam Worthington) e dominar todos os Na'vi e, como ambos são igualmente perigosos e traiçoeiros, as cenas que dividem precisam ser carregadas de tensão (e fogo!).
Pela primeira vez em Avatar, Cameron inclui uma sequência objetivamente sensual. Ela mostra a tentativa de Quaritch de manipular Varang para que o Povo das Cinzas junte-se a ele. A feiticeira acaba percebendo logo as intenções do coronel e usa uma alucinógeno para seduzí-lo com facas e amarras, jogando a situação ao seu favor.
James Cameron revoltou-se com editores que tentaram cortar cena da tenda de Avatar 3
20th Century Studios/Disney
Como essa cena é relativamente longa e foge do estilo "family friendly" da franquia, a equipe técnica de Fogo e Cinzas propôs cortes significativos na sequência, irritando profundamente o diretor James Cameron: "Eu disse: 'Pessoal, vocês estão prestes a ficar desempregados. Coloquem tudo de volta, cada fala' ", relembrou Cameron em entrevista ao The Hollywood Reporter.
Para ele, o momento é fundamental para o desenvolvimento da trama, compreensão dos personagens e para, justamente, tirar o espectador da zona de conforto:
"Você não faz ideia do que vai acontecer em seguida, e ambos são personagens fascinantes, e ela [Oona Chaplin] está hipnotizante naquela cena. 'Hipnotizante' é a palavra que sempre me vem à mente. (...) Trata-se de uma sedução dupla. Ele está ali para convencê-la a fazer o que ele quer, e então parece que ela o tem sob seu controle, embora o tempo todo ele tivesse um plano que, na verdade, funciona. Então, do ponto de vista da escrita, estou satisfeito com a dinâmica psicológica da cena", detalha.
Avatar: Fogo e Cinzas já está em cartaz nos cinemas brasileiros.