Ela ganhou 8 Oscars, mas ninguém a conhece! Quem é esta lenda do cinema injustamente esquecida que inspirou um personagem cult da Pixar?
Giovanni Rodrigues
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

Esta grande dama de Hollywood ajudou a moldar mais de 50 anos da história da 7ª arte.

Por mais de 50 anos, esta mulher moldou a elegância dos filmes hollywoodianos, vestindo as maiores estrelas do mundo. No entanto, em 2025, ninguém mais a conhece... a não ser os cinéfilos experientes. Esta grande figurinista é Edith Head, que conquistou a bagatela de 8 Oscars em 35 indicações! Ela é a mulher mais premiada na história da Academia, e não é pouca coisa!

Uma grande dama do cinema

Nascida em 1897 na Califórnia, Edith Head entrou para o departamento de figurino do estúdio Paramount em 1924. Ela desenhou seu primeiro figurino para o filme mudo The Wanderer em 1925. Seu talento se destacou verdadeiramente em 1933 com Uma Loira para Três, onde ela imaginou o famoso vestido usado pela sublime Mae West.

Em 1938, ela se tornou a primeira mulher a assumir a chefia do departamento de figurino de um grande estúdio de Hollywood. Edith Head desdobrou seu gênio por 43 anos na Paramount, antes de se juntar à Universal em 1967, aos 70 anos, sem dúvida para reencontrar seu amigo Alfred Hitchcock, com quem ela havia colaborado em 11 longas-metragens, incluindo o famoso Um Corpo que Cai.

Um Corpo que Cai
Um Corpo que Cai
Data de lançamento 21 de julho de 1958 | 2h 09min
Criador(es): Alfred Hitchcock
Com James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes
Imprensa
5,0
Usuários
4,4
Assista agora em Telecine

Entre suas criações mais notáveis, podemos citar o famoso vestido branco criado em 1952 para Elizabeth Taylor no filme Um Lugar ao Sol. Seu trabalho no filme lhe valeria seu 4º Oscar. Na época, essa peça de roupa foi uma verdadeira revolução: era o primeiro vestido sem alças.

A elegância encarnada

Ela alcançou tanto sucesso que todos os costureiros e designers dos anos 50 decidiram copiá-la. O vestido posteriormente se tornou um modelo para casamentos e bailes de formatura em escolas americanas. Ele ainda é um clássico indispensável hoje.

Antes dessa consagração, ela já havia sido celebrada em 1950, com uma primeira estatueta por seu trabalho em Tarde Demais, com Olivia de Havilland e Montgomery Clift. No ano seguinte, ela conseguiu a proeza de conquistar dois Oscars por dois filmes diferentes, Sansão e Dalila e A Malvada. Na época, havia duas categorias para figurinos: uma para filmes coloridos e outra para filmes em preto e branco.

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Chuva de Oscars

Depois de Um Lugar ao Sol, ela ganhou mais 4 prêmios por outros tantos grandes clássicos: A Princesa e o Plebeu (1954) e Sabrina, com a elegantíssima Audrey Hepburn (1955), The Facts of Life (1961) e Golpe de Mestre (1973). Além disso, seu talento para a criação de figurinos não estava apenas a serviço das filmagens.

As atrizes também não hesitavam em solicitá-la para desenhar vestidos usados em cerimônias, especialmente nos Oscars. "Meu lema é fazer com que o público repare nos atores, não nas roupas", ela gostava de lembrar.

Curiosidade: sua influência é tão poderosa que a Pixar a homenageou criando um personagem à sua imagem: Edna Moda na saga Os Incríveis. Com seus grandes óculos redondos e seu corte curto com uma franja característica, Edith Head era uma figura reconhecível entre mil.

Pixar

Falecida em 1981, aos 83 anos, esta rainha da elegância hollywoodiana usava, paradoxalmente, apenas 4 cores: preto, branco, bege e marrom. No total, Edith Head trabalhou em mais de 440 obras e criou cerca de 700 figurinos ao longo de sua prolífica carreira. 44 anos após sua morte, sua influência continua muito presente e seu legado perdurará por muito tempo.

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