Esse filme histórico de Chris Pine foi esquecido pela sociedade - mas possui uma das melhores cenas de abertura do cinema
Nathalia Jesus
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

Legítimo Rei, filme histórico estrelado por Chris Pine na Netflix, mostra a trajetória de Roberto I da Escócia e traz uma das aberturas mais marcantes do cinema recente.

Lançado em 2018, Legítimo Rei reúne Chris Pine, Aaron Taylor-Johnson, Florence Pugh e Stephen Dillane em um épico histórico que acabou passando despercebido entre as produções da Netflix. Dirigido por David Mackenzie, o filme acompanha a vida de Robert the Bruce (Roberto I da Escócia), figura central da Primeira Guerra de Independência da Escócia, que liderou seu povo contra o domínio da Inglaterra e reinou de 1306 até sua morte em 1329.

Bruce nasceu em uma família nobre com laços com o trono escocês, mas pouco se sabe sobre sua infância. Ele só entrou de fato nas disputas políticas aos 18 anos, após a chamada “Grande Causa”. Com a morte do rei em 1290, treze candidatos reivindicaram o trono, e em 1292 João Balliol foi escolhido por Eduardo I da Inglaterra, iniciando anos de conflitos.

Legítimo Rei
Legítimo Rei
Data de lançamento 8 de abril de 2020 | 2h 01min
Criador(es): David Mackenzie
Com Chris Pine, Florence Pugh, Aaron Taylor-Johnson
Usuários
3,7
Adorocinema
2,0
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A invasão inglesa levou Bruce a se unir a outros líderes escoceses, entre eles William Wallace. Após a captura e execução de Wallace, em 1305, Bruce assumiu papel ainda mais decisivo, tornando-se rei da Escócia em 1306, depois de eliminar seu rival John Comyn.

O conflito se arrastou por décadas, mas a vitória em Bannockburn, em 1314, consolidou Bruce como líder de um país em busca de independência. O tratado de Edimburgo-Northampton, assinado em 1328, reconheceu oficialmente a Escócia como nação soberana. Ainda hoje, Robert the Bruce é lembrado como herói nacional e representado em estátuas, filmes, séries e até videogames.

O filme da Netflix acompanha Roberto I, o líder da Escócia medieval

No cinema, Legítimo Rei se destaca por sua cena de abertura, considerada uma das mais bem executadas dos últimos anos. São quase nove minutos sem cortes que recriam o Cerco ao Castelo de Stirling, em 1304.

Nela, Bruce, Douglas, Comyn e o rei inglês Eduardo I são apresentados enquanto os escoceses se rendem. Eduardo, impaciente para usar a gigantesca catapulta Warwolf após meses de construção, dita as condições. Logo na primeira fala dirigida a Bruce — “Você teve a coragem de se opor a mim, e a sabedoria de recuar” —, Dillane impõe sua versão de Eduardo I como figura dominante, antecipando os embates que viriam.

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A longa tomada inicial combina cenários realistas, figurinos detalhados e a imponência da Warwolf para transmitir a escala do conflito. A trilha sonora, que inclui coros medievais, reforça o peso dramático do momento e prepara o terreno para a trajetória de Bruce.

Apesar de ofuscado por outras produções de época, Legítimo Rei permanece como uma das obras mais interessantes do gênero na Netflix, equilibrando fidelidade histórica, batalhas bem coreografadas e um elenco afinado. A abertura, em especial, ainda é lembrada como um exemplo de como o cinema pode unir narrativa e técnica em uma experiência marcante.

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