Em encontro da Academia Brasileira de Cinema, diretores da short list do Oscar defendem a escolha do representante do Brasil no Oscar 2026
Paola Piola
Paola Piola
-Gerente de Conteúdo
Fã de Friends clichê e apostadora de bolão do Oscar desde pequena!

O escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026 será anunciado na segunda-feira, 15 de setembro.

A três dias do anúncio do filme que representará o Brasil para concorrer uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2026, a Academia Brasileira de Cinema realizou uma conversa online com os seis diretores dos filmes que fazem parte da atual short list. Kleber Mendonça Filho (O Agente Secreto), Marianna Brennand (Manas), Gabriel Mascaro (O Último Azul), Marcelo Caetano (Baby), Erico Rassi (Oeste Outra Vez) e Luciano Vidigal (Kasa Branca) bateram um papo com Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia, para falar um pouco sobre cada produção e defender porque eles deveriam ser os escolhidos pela comissão de seleção.

O bate papo vem na esteira de uma polêmica que rodeia a mídia especializada e encheu as redes sociais de protestos nos últimos dias, quando foi divulgada uma carta aberta assinada por mais de 70 grandes empresas e representantes que se uniram de última hora para apoiar a candidatura de Manas e seu enredo de combate a violência sexual contra crianças e adolescentes. Manas também ganhou a produção executiva de Sean Penn, que tem feito sessões de exibição do filme em sua casa em Los Angeles para membros da Academia e da indústria, de acordo com Marianna.

Vale lembrar que, desde que venceu em Cannes deste ano os prêmios de Melhor Ator e Melhor Diretor, além do prêmio da crítica internacional e dos exibidores independentes da França, O Agente Secreto está sendo considerado a melhor escolha do país para ir para o Oscar do ano que vem. Além do festival francês, o filme já está rodando o mundo e ganhando notoriedade com presença nos festivais de Telluride, Toronto, Nova York, além da primeira pré-estreia no Brasil no Recife nesta semana.

Em meio a perguntas sobre como surgiram as ideias de cada filme e qual a importância do primeiro plano de cada um deles, ao final do bate papo, cada diretor teve a oportunidade de defender a escolha de sua produção pela Academia. Marianna Brennand acredita na força da história universal de Manas. "Uma história sobre quebrar o silêncio e encorajar mulheres. A gente tem a oportunidade histórica de ter um filme dirigido por mulher, feito com mulheres e sobre mulheres que eu acredito que vem organicamente na sua trajetória tendo reconhecimento".

Já Kleber Mendonça disse que o filme estrelado por Wagner Moura está sendo muito bem recebido pelo público e crítica, inclusive com a revista Variety apostando a indicação no Oscar em quatro categorias. "É importante chamar a atenção de quem tem a difícil tarefa de escolher o representante de que, não necessariamente, funciona a narrativa de que um filme é tão bom e tão bem visto que ele já teria a chance em outras categorias até maiores. É importante que um filme seja indicado pelo seu país. É de profunda importância do ponto de vista estratégico da indústria audiovisual do país".

Marcelo Caetano agradeceu a inclusão na short list, mas disse que tem consciência da dificuldade de lançar um filme nos Estados Unidos e torce pelo colega que for escolhido. Gabriel Mascaro preferiu não pedir voto e acredita que a Academia deve ter a consciencia de entender que o voto não é necessariamente para o melhor filme, e sim como que o Brasil quer se posicionar como indústria frente a cadeia produtiva americana. Já Luciano Vidigal quer que o Brasil seja reconhecido internacionalmente também pelo cinema. "Kasa Branca é um cinema do povo para o povo que tem que mostrar o Brasil por esse olhar humano e de quem vive. Seria um sonho lindo estar lá como o primeiro diretor preto indicado fazendo história", completa. Por fim, Erico Rassi espera que a Academia escolha o filme que tenha mais potencial pra representar o país e conseguir um bicampeonato e empatar com a Argentina.

facebook Tweet