Maior que O Senhor dos Anéis: Ninguém esperava pelo que seria o novo projeto de Peter Jackson
Nathalia Jesus
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

O projeto tem ligação emocional com a infância do diretor.

Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis, está envolvido em uma iniciativa científica que poderia facilmente ser confundida com filmes de ficção científica: a tentativa real de trazer de volta à vida a moa gigante, uma ave extinta nativa da Nova Zelândia.

O projeto, liderado pela empresa americana Colossal Biosciences em parceria com o Centro de Pesquisa Ngāi Tahu, conta com o apoio financeiro de Jackson e sua parceira Fran Walsh — e, segundo ele, foi uma condição para o investimento.

"Então, meu parceiro Fran e eu dissemos ao Ben naquela primeira ligação que investiríamos na empresa, desde que você investisse nosso dinheiro na Moa", contou o cineasta, em entrevista ao ScreenRant. "Esse era o acordo, na verdade."

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A moa, que podia ultrapassar 3,6 metros de altura, desapareceu há cerca de 600 anos, mas viveu lado a lado com os primeiros povos maoris da Nova Zelândia. O projeto de desextinção não envolve apenas tecnologia genética, mas também incorpora o conhecimento indígena tradicional.

Jackson conheceu a Colossal por meio do diretor Michael Dougherty, que já documentava outros projetos da empresa, como a tentativa de reviver o camundongo-lanoso. Mas a moa sempre teve um apelo emocional específico.

Quando você cresce na Nova Zelândia, a Moa é uma parte muito importante e dominante da nossa cultura. [...] Sempre foi uma daquelas ideias românticas que a Moa poderia voltar um dia.

O CEO da Colossal, Ben Lamm, revelou que o sequenciamento genético já está em andamento, usando ossos da coleção pessoal de Jackson e Walsh — cerca de 300 a 400 peças — e também do acervo do Museu de Canterbury. "E já estamos fazendo sequenciamento, o que é ótimo", disse Lamm.

No entanto, apenas 25 ossos eram adequados para extração de DNA, e somente dois produziram genomas viáveis: um da moa de pernas robustas e outro da moa arbustiva. “Essa é a taxa de sucesso”, resumiu Jackson.

O próximo ano, segundo os envolvidos, será dedicado à conclusão da análise computacional e do sequenciamento genético. A moa, embora lembrada como uma criatura quase mítica da Nova Zelândia, não é um fóssil da era dos dinossauros. O professor Matthew Phillips, biólogo evolucionista, esclareceu (Via ScreenRant) que "o moa foi um produto único da evolução na Nova Zelândia, não um resquício de alguma era antiga."

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