"Este filme foi a minha escola de direção": Antes de cada filmagem, esse famoso diretor revisita a maior obra de Steven Spielberg há 50 anos
Iris Dias
Amante dos filmes de fantasia e da Beyonce. Está sempre disposta a trocar tudo por uma sitcom ou uma maratona de Game Of Thrones.

Alexandre Astier, ator, diretor e roteirista de Kaamelott, adora esta obra de Steven Spielberg, a qual ele venera.

Alexandre Astier, criador e protagonista da saga Kaamelott: Parte 1, segue empolgando os fãs enquanto prepara o próximo capítulo de sua obra nos cinemas. Previsto para estrear em 22 de outubro nos cinemas franceses — e ainda sem previsão de estreia no Brasil — o novo longa promete não apenas continuar a história do Rei Arthur com seu humor característico, mas também trazer elementos visuais técnicos ainda mais ambiciosos.

Recentemente, Astier particiou de uma entrevista conduzida por Patrick Baud, criador do canal Axolot no Youtube — conhecido por explorar curiosidades e maravilhas do mundo — onde revelou detalhes fascinantes sobre sua relação com o cinema, especialmente com um de seus filmes favoritos: Tubarão, de Steven Spielberg.

Tubarão
Tubarão
Data de lançamento 7 de julho de 1975 | 2h 04min
Criador(es): Steven Spielberg
Com Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss
Usuários
4,3
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Astier ama sua pequena herança

Astier contou que, diferente de muitos cinéfilos que buscam sempre novidades, ele prefere revistar obras que o marcaram profundamente. "Sou um cara que assiste a um filme mil vezes e não mil filmes uma vez só", afirmou. Segundo ele, assistir a novas obras pode ser uma experiência intimidadora — tanto quando são muito boas, o que o faz ele não se sentir "à altura da tarefa", quanto quando são muito ruins, o que o mergulha "na mediocridade e também me deprimem".

Entre as obras que compõem esse repertório afetivo e técnico está Tubarão, que o cineasta a descreve como um grande aprendizado. Antes de dirigir qualquer coisa, ele revisita o clássico de 1975, observando com atenção os posicionamentos de câmera, os movimentos e a construção de tensão visual.

Você estava falando de Tubarão, por exemplo, para mim, é a minha escola de direção. Antes de dirigir algo, eu assisto Tubarão novamente. Às vezes, assisto novamente a uma sequência e penso: olha, ele colocou as câmeras ali, isso é um plano-sequência e ele vai filmar de trás, etc. Tudo isso só para absorver um pouco da gramática cinematográfica que eu gosto e que me faz voltar ao clima.

E a influência não para por aí! Astier também compartilhou um episódio curioso e desafiador das filmagens do novo filme de Kaamelott. O roteiro incluía uma cena subaquática com um tipo de submarino da Antiguidade.

No entanto, ao chegar no país em que a cena seria filmada, o diretor descobriu que o equipamento planejado não pôde ser construído a tempo. A solução? Ele mesmo mergulhar em apneia.

Astier prende a respiração

M6 Films

Sem o auxílio de máquinas, Astier teve que aprender técnicas de mergulho livre. Em meio ao ritmo caótico das filmagens — com 90 pessoas no set, diálogos em inglês e centenas de decisões a serem tomadas diariamente —, ele precisou encontrar momentos de total concentração.

"No meio de tudo isso, de repente a produção disse: 'Temos que deixar o Alexandre em paz, ele tem que meditar!' Porque para mergulhar, você tem que meditar! [...] Você tem que aprender a se segurar", contou. O resultado foi impressionante: ele chegou a ultrapassar os quatro minutos sem respirar.

Essa entrega física e emocional só reforça o comprometimento de Astier com cada detalhe de sua obra. E para os fãs, fica a promessa de cenas intensas e visuais impactantes na próxima parte da saga Kaamelott.

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