O serviço de streaming com mais tempo no ar, se levarmos em consideração o modelo de negócio atual, é a Netflix. Embora não tenha nascido com esse intuito, foi a empresa de tecnologia que ousou em oferecer produções sob demanda a partir de uma única assinatura, depois de anos entregando mídias físicas nas casas das pessoas.
Em um momento em que as plataformas tentam compreender esse mercado que tem passado por muitas provações - principalmente no período pós-pandêmico -, o co-CEO da marca, Ted Sarandos, acredita que a Netflix é a grande salvação do audiovisual neste momento.
“O pior filme que já vi e o mais ridículo de toda a história do cinema”: Este lançamento da Netflix está sendo detonado pelos assinantesEm uma reunião para a cúpula TIME100, em Nova York, o executivo deu algumas declarações fortes sobre a indústria do entretenimento. Em suas palavras, a plataforma está "salvando Hollywood", entregando conteúdo feito sob medida para o público.
Para ele, trata-se de "uma empresa muito focada no consumidor. Entregamos a programação do jeito que você quer assistir". Durante seu discurso, ele ainda abordou as salas de cinema e a queda de bilheteria de grandes produções. "O que o consumidor está tentando nos dizer? Que eles gostariam de assistir a filmes em casa".

Nessa trilha, ele afirma que a ida aos cinemas não é mais como no passado. "Acredito que seja uma ideia ultrapassada, para a maioria das pessoas — não para todos".
Obviamente, parte do público cinéfilo se revoltou com a declaração: "O cara que sempre dá sinal verde para os piores filmes já feitos acha que está salvando o cinema", escreveu um usuário do X (Twitter). Ao que outro respondeu: "Isso é pura verdade. Alguns são bons, mas muitos são literalmente os piores filmes de todos os tempos".
Houve quem ponderasse a situação: "Não acho que ele esteja salvando o cinema de forma alguma, mas crédito a quem merece: filmes ruins devem existir e, embora eu ache que os orçamentos deles sejam um pouco inflados, é bom ter filmes", comentou uma pessoa na rede social.

Também teve uma parte do público que apontou as mudanças que o streaming ofereceu para a audiência em termos de espera para assistir a novas produções:
"As pessoas vão menos ao cinema do que costumavam e, sejamos honestos, costumava levar cerca de um ano após o lançamento nos cinemas para os filmes chegarem em DVD e streaming. Agora, são cerca de 4 semanas entre o lançamento nos cinemas e o DVD/BluRay/Stream, então qual é o sentido de ir ao cinema?"
Muitos citaram The Eletric State, a produção mais cara da Netflix (foram 320 milhões de dólares!!), que conquistou apenas 15% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma onda de críticas da audiência e da mídia especializada.
Netflix lançou "o pior filme da década”, segundo a imprensaAinda que existam muitos lados sobre a discussão entre o lançamento de filmes nos cinemas e em serviços de streaming, ambos os negócios estão se adaptando ao mundo pós-pandemia. Embora tenha um número massivo de assinantes e projetos premiados, este tipo de pensamento é visto com cautela pela indústria cinematográfica, que ainda sofre com os efeitos da COVID-19.
Os serviços de streaming facilitaram a produção de muitos projetos que não tinham espaço nas telonas, além do conteúdo episódico e especiais feitos antigamente para a TV, mas um tipo de movimentação que coloca o cinema como antagonista pode ter efeitos delicados no futuro.