No streaming: Este é um dos maiores filmes da história do cinema americano, mas destruiu a carreira de seu diretor
Giovanni Rodrigues
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

Arquétipo do filme maldito, O Portal do Paraíso é uma obra-prima absoluta assinada pelo falecido Michael Cimino.

Dois ex-alunos de Harvard se encontram em 1890 em Wyoming. Averill é xerife federal, enquanto Billy Irvine, consumido pelo álcool, é membro de uma associação de grandes criadores de gado em conflito com pequenos imigrantes, vindos principalmente da Europa Central. Averill se opõe à intervenção da associação no distrito e tenta convencer sua amiga Ella, uma prostituta de origem francesa, a deixar o país...

Em 1979, Michael Cimino era o homem mais cortejado de Hollywood, após a colheita de Oscars por sua obra-prima absoluta, O Franco Atirador. Apenas dois anos depois, ele se torna um verdadeiro pária. O que aconteceu entre os dois? O Portal do Paraíso.

Na verdade, alguns ainda não perdoam Cimino por essa cruel desmistificação do Oeste americano, nem por ter causado a falência da United Artists, o mítico estúdio fundado por Charles Chaplin, D.W. Griffith e Mary Pickford, devido aos seus múltiplos estouros de orçamento.

O Portal Do Paraíso
O Portal Do Paraíso
Data de lançamento 22 de outubro de 1982 | 3h 39min
Criador(es): Michael Cimino
Com Kris Kristofferson, Christopher Walken, John Hurt
Usuários
3,3
Assista agora no Prime Video

Durante toda a filmagem, Michael Cimino demonstrou um perfeccionismo beirando a loucura ou a megalomania. 50 tomadas de uma mesma cena, reajuste dos espaçamentos entre os edifícios de uma rua porque suas distâncias não estavam corretas, um prado literalmente repintado por ser considerado não verde o suficiente... Entre realidade e os rumores mais loucos, as filmagens do filme alimentaram logicamente todas as especulações.

A edição foi igualmente épica, já que Cimino, possuindo o "corte final", colocou um guarda armado na frente da sala de edição com ordens para não deixar entrar ninguém da United Artists.

Mutilado na edição, assassinado pela crítica

O estúdio ficou horrorizado quando descobriu a primeira montagem do filme, resultante de 220 horas de material bruto, com duração de 5h25. Uma duração evidentemente inexploitável, forçando Cimino a reduzir a montagem para 219 minutos sob pressão. Esta versão foi exibida apenas uma vez na estreia em Nova York em 19 de novembro de 1980.

United Artists

Assassinado pela crítica, o filme foi relançado nos cinemas seis meses depois, em uma montagem de 149 minutos. Mas o dano já estava feito: a má publicidade e as críticas assassinas da estreia já haviam arruinado a carreira do filme.

Arquétipo do filme maldito que literalmente matou a carreira do cineasta - mesmo que ele tenha conseguido se reerguer brevemente com o extraordinário O Ano do Dragão - O Portal do Paraíso permanece até hoje um dos maiores filmes da história do cinema americano e do cinema em geral, de uma beleza e uma melancolia absolutamente esmagadoras. E se você tiver a chance de apreciá-lo em uma tela grande em casa, é ainda melhor, para aproveitar as paisagens de Wyoming onde o filme foi rodado, de uma beleza de tirar o fôlego.

O Portal do Paraíso está disponível para streaming no serviço MGM+, no Amazon Prime Video.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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