Ao longo das décadas, houve várias tentativas de levar O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, uma das maiores obras literárias de fantasia de todos os tempos, para as telas de cinema. Mas a obra passou a ser considerada “impossível de ser filmada” até que um jovem diretor neozelandês chamado Peter Jackson provou que isso era possível.
Jackson havia começado sua carreira como cineasta cerca de dez anos antes de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel com seu primeiro longa-metragem de 1987, Trash - Náusea Total, um filme que acabaria se tornando um sucesso cult, seguido por outro de seus títulos mais famosos, Fome Animal, em 1992.
Na época, ninguém imaginava que ele entraria para a história do cinema como o homem que tornou possível a trilogia de filmes de fantasia por excelência, mas ele conseguiu. Seu primeiro grande reconhecimento da crítica não demorou a chegar: em 1994, ele lançou Almas Gêmeas e foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original por seu trabalho, o que, sem dúvida, abriu caminho para o que viria a seguir.
No entanto, foi a comédia de terror Os Espíritos, estrelada por Michael J. Fox, que foi a chave para que Jackson recebesse a confiança da New Line Cinema para assumir a ambiciosa tarefa de levar a Terra Média às telonas.
Segundo o próprio diretor, Os Espíritos foi o impulso definitivo para O Senhor dos Anéis, já que ele teve que adquirir dezenas de computadores para desenvolver os efeitos visuais do filme e isso o inspirou para outros planos potenciais e ambiciosos.
“Foi durante a pós-produção, quando estávamos todos muito estressados, tentando fazer todas aquelas 500 tomadas em computação gráfica, e eu mesmo estava ficando estressado porque me perguntava: ‘Meu Deus, o que vou fazer com todos esses computadores quando o filme terminar?’”, disse Jackson em um featurette para o lançamento em DVD do décimo aniversário do filme.
Foi nessa época, por volta de novembro de 1995, quando estávamos no meio da pós-produção, que surgiu a ideia de fazer um filme de fantasia. Pensei: ‘Bem, que tipo de filme eu poderia fazer que precisaria de uma enorme estrutura de computadores?’ Então me veio à mente a ideia de fazer O Senhor dos Anéis.
“E os primeiros telefonemas sobre O Senhor dos Anéis foram feitos durante a pós-produção de Os Espíritos, porque eu estava começando a ficar estressado por ter todos aqueles computadores e não ter um filme para realmente usá-los”, continuou.
Além disso, seu trabalho no filme ajudou a demonstrar aos estúdios não apenas suas habilidades como cineasta, mas também sua capacidade de administrar orçamentos e obter os melhores resultados. E isso lhe rendeu a confiança da New Line Cinema.
Universal Pictures
Em Os Espíritos, Michael J. Fox interpreta Frank Bannister, um jovem que, após uma experiência traumática, adquiriu a capacidade de ver fantasmas e usa suas habilidades como caçador para proteger cidadãos inocentes de fenômenos sobrenaturais que ele mesmo causou anteriormente com a ajuda de alguns amigos fantasmas. Suas armas são uma pistola de água benta e uma espécie de torradeira, e ele cobra uma sobretaxa de 100 dólares para operações após a meia-noite. Um dia, porém, ele se depara com o espírito verdadeiramente maligno de um assassino em série.
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