O uso da inteligência artificial se tornou um tema controverso a ser abordado em filmes e séries de televisão. Por isso, quando foi exposto que, supostamente, um dos grandes candidatos ao Oscar de 2025 fez uso dela, a polêmica não demorou a surgir.
Brady Corbet, o cineasta por trás de O Brutalista, defendeu os atores principais Adrien Brody e Felicity Jones depois que Dávid Jancsó, o editor do filme, disse que a IA foi usada para melhorar suas performances.
"As performances de Adrien e Felicity são completamente deles", disse o cineasta em declaração à Entertainment Weekly. "Eles trabalharam por meses com a treinadora de dialetos Tanera Marshall para aperfeiçoar seus sotaques. A inovadora tecnologia Respeecher foi usada somente na edição do diálogo húngaro, especificamente para refinar certas vogais e letras para precisão."
Nenhuma língua inglesa foi alterada. Este foi um processo manual, feito por nossa equipe de som. O objetivo era preservar a autenticidade das performances de Adrien e Felicity em outro idioma, não as substituir ou alterá-las, e fazê-lo com o máximo respeito pelo ofício.
Outro aspecto controverso que surgiu das declarações de Jancsó foi o uso de IA para criar "uma série de desenhos arquitetônicos e edifícios" no estilo do personagem de Brody. Corbet também respondeu a isso: "Judy Becker e sua equipe não usaram IA para criar ou reproduzir os edifícios. Todas as imagens foram desenhadas à mão por artistas."
Como Corbet conclui: "O Brutalista é um filme sobre a complexidade humana e cada aspecto de sua criação foi impulsionado pelo esforço humano, criatividade e colaboração. Estamos incrivelmente orgulhosos de nossa equipe e do que eles conquistaram."
Declarações polêmicas sobre O Brutalista
Os comentários de Jancsó no Red Shark News foram amplamente discutidos no Twitter. Alguns usuários expressaram sua opinião de que se a performance de Brody contivesse IA, ele deveria ser desqualificado do Oscar de 2025.
O ator ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator de Drama e é um forte candidato a ganhar o Oscar em 2 de março. As indicações para os prêmios serão anunciadas na quinta-feira, 23 de janeiro.
"Sou húngaro nativo e sei que é uma das línguas mais difíceis de aprender a pronunciar", disse Jancsó. "Mesmo com a origem húngara de Brody — a mãe do ator é uma refugiada húngara que imigrou para os Estados Unidos em 1956 — não é tão simples. É uma língua extremamente única. Treinamos Brody em Felicity Jones e eles fizeram um trabalho fabuloso, mas também queríamos aperfeiçoá-la para que nem os húngaros notassem a diferença."
O Brutalista acompanha Lászlo Toth, um arquiteto visionário que foge da Europa do pós-guerra em 1947. Ele e sua esposa Erzsébet imigram para os Estados Unidos para reconstruir seu legado, mas suas vidas mudam radicalmente após conhecerem um cliente rico.
O filme estreia nos cinemas brasileiros em 20 de fevereiro.
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