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    Vírus VHS: O sistema anticópia das fitas de vídeo que parecia saído de um filme de terror B
    Rafael Felizardo
    Rafael Felizardo
    -Redator | Crítico
    Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

    Apesar da semelhança com a ficção, o movimento de fato aconteceu em décadas passadas.

    Reprodução

    Durante as décadas de 1980 e 1990, a cópia não autorizada de fitas VHS foi uma verdadeira dor de cabeça para produtoras e distribuidoras - que viram qualquer pessoa com videocassete em casa duplicar quase fielmente filmes originais. É verdade que, a cada cópia, certa porcentagem de áudio e imagem se perdia, mas o sistema acabou dando origem a um lucrativo mercado de falsificações fora dos canais oficiais das companhias.

    Essa situação levou ao surgimento de sistemas anticópia que impossibilitavam a visualização das fitas copiadas. Um dos mais famosos foi o Macrovision, um método que aproveitava o intervalo de apagamento vertical para enviar pulsos de tensão que interferiam nos gravadores. Entretanto, hoje falaremos aqui de uma estratégia muito mais ousada, utilizada por algumas empresas durante os anos.

    UM BLEFE QUE MARCOU A DÉCADA DE 1980

    Em meados de 1980, era comum você obter um VHS que continha os dizeres: “Aviso: não copie”. Todavia, nos Estados Unidos, alguns filmes passaram a vir com uma mensagem que apavorou os cinéfilos. Em um movimento ousado, a empresa National Health Video colou adesivos em suas obras que apresentavam a apocalíptica frase: “AVISO: NÃO COPIE! Um vírus VHS programado nesta fita de vídeo causa sérios danos ao videocassete; a NHV não se responsabiliza por incêndio ou outros danos se houver tentativa de duplicação”. Confira abaixo:

    Reprodução

    De fato, seria interessante se a tecnologia da época fosse capaz de tal feito. Contudo, a mensagem reproduzida não passava de um blefe que certamente impediu algumas centenas de cópias de serem feitas. Assim, vale colocar que a estratégia adotada pela companhia acabou ganhando outros adeptos, tornando o pânico da cópia a ordem oficial nos anos 1980.

    "AVISO IMPORTANTE - POR FAVOR, LEIA. Esta parte desta fita foi revestida com uma nova substância chamada K.T.C. para evitar cópias ilegais. O K.T.C. só reage quando submetido à flutuação magnética causada pelo modo de gravação. Se você começou a gravar esta fita, somos obrigados por lei a informá-lo de que o K.T.C. pode danificar seu videocassete. O K.T.C. não afetará seu vídeo no modo de reprodução. A fita coberta com K.T.C. não terá efeito por 15 segundos. PARE DE GRAVAR AGORA. Obrigado por comprar este vídeo. Aproveite o programa”, diz outro comunicado mentiroso da época; esse, apresentado na TV assim que a fita começava a rodar.

    Reprodução

    Desta forma, se você tiver em casa um VHS com alguma mensagem do tipo, saiba que está em posse de uma das relíquias do audiovisual passado, podendo se sentir uma pessoa privilegiada.

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