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    Gastaram um milhão para imitar Indiana Jones, mas a coisa acabou fatalmente: Uma batalha e um dos maiores fracassos financeiros da história
    Nathalia Jesus
    Nathalia Jesus
    -Redatora e crítica
    Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

    Cenas milionárias que nunca foram filmadas, um conflito entre produtor e autor e um fracasso de bilheteria. Havia planos de franquia, mas o desastre financeiro acabou com as chances de qualquer sequência.

    A indústria cinematográfica é, entre outras, a melhor prova de que a criatividade e as ideias não têm limites. Apesar disso, a história nos mostrou que podemos encontrar inúmeros exemplos de filmes que tentaram repetir o sucesso de sagas famosas. E nem sempre deu certo.

    Não acontece com todas as produções, longe disso, mas há muitos projetos com chances de se tornarem blockbusters por mirarem em grandes franquias — embora Star Wars, Harry Potter ou Indiana Jones sejam únicos de sua espécie. No caso deste último, de fato, são várias as sagas de aventura que buscaram repetir seu sucesso, mas, no que diz respeito à iconicidade, a franquia estrelada por Harrison Ford não tem rival.

    Alguns, como George, o Rei da Floresta, souberam cavar seu próprio nicho, enquanto outros foram apenas uma tentativa, como aconteceu em 2005 com Sahara, uma produção milionária que foi rapidamente comparada a Indiana Jones e, com o passar do tempo, passou a ser considerado um dos maiores fracassos financeiros da história de Hollywood.

    Dirigido por Breck Eisner e estrelado por um elenco liderado por Penélope Cruz, Matthew McConaughey e Steve Hunt, as comparações eram inevitáveis. O filme acompanha Dirk Pitt, um jovem explorador que embarca na aventura de sua vida quando decide viajar para a África Ocidental em busca de um grande tesouro. Conhecido na região como "O Navio da Morte", era uma carga muito valiosa que muitos queriam encontrar, mas cujos pretendentes sempre acabavam mortos ou desaparecidos.

    Sahara
    Sahara
    Data de lançamento 31 de março de 2021 | 2h 05min
    Criador(es): Breck Eisner
    Com Matthew McConaughey, Steve Zahn, Penélope Cruz
    Usuários
    3,3

    Embora recebido de forma mista pela crítica, Sahara estreou como número 1 nas bilheterias americanas, em seu primeiro fim de semana, mas a arrecadação total acabaria sendo um verdadeiro fiasco. Para além de números bastante discretos, também teve sérios problemas nos bastidores, envolvendo o produtor do filme e o autor do livro.

    De acordo com McConaughey, o filme era para ser o primeiro de uma franquia baseada nos romances de Dirk Pitt, do autor Clive Cussler, mas os números desastrosos mataram os planos para qualquer sequência.

    UMA DAS MAIORES FALHAS FINANCEIRAS DA HISTÓRIA DE HOLLYWOOD

    Vamos começar com o desastre econômico. Rodado no Marrocos em 2003, o filme custou 160 milhões de dólares para ser produzido. Da mesma forma, também veio à tona que a produção teve vários custos extras que saíram do controle e iam muito além dos salários de suas principais estrelas, como o fato de que milhões de dólares foram gastos filmando cenas que não foram para o corte final — e com os 10 roteiristas diferentes que, obviamente, receberam um salário.

    O desastre econômico de Sahara foi tão impressionante que o Los Angeles Times chegou a dedicar um artigo extenso e detalhado dissecando o orçamento do filme como um exemplo de uma produção fracassada de um milhão de dólares. Por fim, o filme teve perdas de 78 milhões de dólares, sendo considerado pela referida mídia como "um dos maiores fracassos financeiros da história de Hollywood".

    O CONFLITO ENTRE O AUTOR E O PRODUTOR

    Além do desempenho desastroso nas bilheterias, Sahara continuou sendo notícia devido ao conflito legal entre o autor do romance original, Clive Cussler, e o produtor Philip Anschutz e sua empresa Crusader Entertainment LLC. Uma batalha judicial que durou nada menos que 10 anos e que começou em 2005, alguns meses antes da estreia, com um primeiro processo do escritor.

    Em seu processo, Cussler exigiu 100 milhões de dólares da produtora por não cumprir o acordo de consultá-lo sobre o roteiro do filme e acusou-os de terem quebrado o contrato referente aos direitos de adaptação do segundo livro. Segundo o autor, havia sido prometido a ele "controle absoluto" sobre a adaptação do filme, mas não foi bem assim: "Me enganaram desde o início", garantiu.

    Por seu lado, a produtora defendeu-se assegurando que Cussler se tinha tornado uma presença problemática que rejeitava sistematicamente cada ideia, criticava as contratações dos atores e atacava abertamente a produção aos meios de comunicação. Um comportamento que eles consideraram fundamental para a imagem do filme e posterior fracasso. A justiça deu-lhes a razão.

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