O diretor Nelson Pereira dos Santos, nos brinda com uma adaptação primorosa e seminal do Cinema Novo, da irretocável obra de Graciliano Ramos. Em Vidas Secas uma família de retirantes nordestinos foge da seca em um ciclo de miséria e humilhações reincidentes . Fabiano (Átila Iório), Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), o filho mais novo (Gilvan Lima), o filho mais velho (Genivaldo Lima) e a cachorrra Baleia, formam a família cruelmente açoitada pela subserviência humana e geográfica. Profundamente realista o longa poderia se passar por um documentário das agruras do sertão. A fotografia de Luiz Carlos Barreto e José Rosa, transmitem sempre a brutal devastação da aridez nordestina. Premiado em Cannes (1964) pela Organização Internacional de Cinema e Audiovisual e indicado à Palma de Ouro, merecidamente. Cenas antológicas:
a morte da cadela Baleia e a família comendo o papagaio de estimação condoídos pela fome.
Obra-prima do Cinema Novo.