The Texas Chain Saw Massacre (1974) é um verdadeiro clássico cult do terror. Um filme tecnicamente simples, mas perturbador, dirigido com tamanha elegância por Tobe Hooper e tão bem sucedido que faz uma enxurrada de torture porn medíocre ala filmes do Eli Roth só sonhar em conquistar tal feito, e tudo isso sem recorrer a violência exagerada – muito mais por um certo apelo comercial da produção, do que por qualquer decisão artística ou direcional –
The Texas Chainsaw Massacre (2003) é um remake muitas vezes esquecível, mas também é divertido o suficiente para entreter, claro, muito mais por parte das expectativas deixadas pelas sequências predecessoras, mas dar pra relevar. No mínimo, o filme consegue mergulhar em sua própria misancene, além de contar com o belo corpo de Jessica Biel e ter aberto a porta para todo uma onda de remakes semelhantes.
Agora, The Texas Chainsaw Massacre (2022) se define como completamente perdido. É um filme que não sabe o que quer ser, diz ser sequência direta do original, mas pouco tem haver tanto estética quanto narrativamente, o pouco que é trazido de volta aqui é inteiramente descaracterizado e muito mais desrespeita do que homenagea, e o pior de tudo, consegue trazer aquilo que é talvez seja o pior retorno de personagem em uma franquia de terror, nesta tentativa cachorra de replicar a mesma fórmula que havia sido realizada no revival do Halloween de David Gordon Green, e o filme só consegue entrar num meio-termo esquizofrênico entre curta-metragem e longa-metragem.
A maior coisa que salva o filme da mediocridade são suas cenas de gore e mutilação, que aí sim, são muito bem feitas, mas até isso se perde quando nos é apresentado as personagens, que conseguem ser tão antipáticos que só faz com que eu torça logo para que todos sejam massacrados de uma vez. Por fim, como se o filme já não fosse ruim o suficiente, ele ainda teve a coragem de encerrar com uma recriação meia-boca da sequência final do longa original – é, saudades daqueles tempos –
Confuso, desinteressante e sem a menor razão de existir; Já passou da hora de Leatherface aposentar sua motosserra.