É no mínimo ousado que, antes de apresentar sua heroína Cassie (Dakota Johnson), Madame Teia decida primeiro revelar ao espectador que existe uma tribo de Pessoas-Aranha no meio da Amazônia. Não porque o contexto não seja importante para compreender a transformação pela qual a paramédica passará — até é. Mas, em tela, esta é uma imagem que transmite tudo menos gravidade: pessoas pintadas de vermelho, com galhos pretos enrolados pelo corpo, exibindo seus poderes como se estivessem em Crepúsculo tem algo ridículo que não condiz com um filme que se vende como um thriller. Como levar a sério os riscos que Cassie está prestes a encarar quando sua história começa com uma interpretação tão literal do uniforme do Homem-Aranha? Como ser otimista quando, novamente, o universo Sony demonstra não conseguir se desvincular de algum grau de constrangimento