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    Eu Me Importo
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Eu Me Importo

    Potencial desperdiçado

    por Kalel Adolfo

    Após interpretar a arrepiante Amy em Garota Exemplar, Rosamund Pike volta a abraçar um papel maléfico em Eu Me Importo, nova produção da Netflix dirigida por J Blakeson (A Quinta Onda). Aqui, a atriz interpreta Marla Grayson, renomada guardiã legal que obriga idosos a entrar para um sistema de curadoria. Enganando a justiça, a golpista acaba aprisionando suas vítimas em asilos e instituições psiquiátricas enquanto é bancada pelo Estado.

    É quase redundante afirmar que Rosamund nasceu para viver grandes vilãs no cinema. Os seus esforços no longa são mais que satisfatórios, e a estrela consegue entregar uma performance ácida, cínica e estranhamente carismática. Como consequência, Pike conquistou uma indicação no Globo de Ouro deste ano, na categoria de Melhor Atriz em Comédia ou Musical.

    Outros nomes como Peter Dinklage — o Tyrion Lannister de Game of Thrones — e a vencedora do Oscar Dianne Wiest (Hannah e suas Irmãs) também possuem seus momentos de destaque, contribuindo positivamente para a áurea hilariante e obscura da narrativa.

    Contudo, as imperfeições de Eu Me Importo começam a aparecer logo após o primeiro ato do filme. Sim, o projeto tem um início forte, que prende o espectador através de um ritmo cativante e um direcionamento competente, que nos faz criar conexões emocionais com os personagens rapidamente.

    Porém, o desenrolar da trama apresenta o oposto dessas qualidades. A cada minuto, a obra de J Blakeson tenta elevar o nível das insanidades apresentadas. Não demora para que um desenvolvimento autêntico se transforme em um festival de bizarrices implausíveis, que vai afastando o público da proposta.

    Com uma história tão absurda — que envolve o aprisionamento e roubo de idosos através de um sistema de curadoria bancado pelo Estado — não é necessário ir tão além para chocar o público. Às vezes, os caminhos mais simplistas acabam sendo mais efetivos.

    As inúmeras tentativas de assassinato sofridas por Marla Grayson — assim como a sua força sobre-humana para escapar dos perigos mais complexos — soam extremamente forçadas. Sem grandes explicações, a guardiã legal se transforma em uma guerreira implacável, capaz de eliminar todos os seus inimigos.

    O desfecho abrupto — e saturado por inúmeros plot-twists — enterra o verdadeiro potencial de Eu Me Importo, que poderia figurar facilmente entre os melhores lançamentos do ano (até agora).

    Mesmo assim, ainda é divertido acompanhar as disputas de poder entre Grayson e Lunyov, que não desistem de seus objetivos até diante das situações mais extremas. É um verdadeiro jogo de gato e rato que perdura por quase todo o terceiro ato. Sendo assim, o diretor opta por acobertar alguns buracos narrativos com altas doses de adrenalina. Na maioria das vezes, isso dá certo.

    A fotografia colorida também complementa o charme indiscutível do filme, que por fim, acaba sendo uma experiência irônica, falha e descompromissada. Para o público menos exigente, a nova aposta do serviço de streaming pode agradar.

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    Comentários

    • Franklim c
      Estou impressionado com a incompetência dos bandidos, isso prejudicou muito o filme.Mas pelo menos ela teve um final satisfatório.Filme mediano, dava pra ser melhor.
    • Soror Kali
      O filme nõ é ruim. É péssimo. Perdi duas horas da minha vida.
    • Karen Stephanie
      Gente eu estou chocada, que filme ruim. Colocou três histórias em um único filme. O início é muito bom, mas aí depois só decepção... Eu até me cadastrei aqui para vê se só eu está achando um desastre. Poxa vida, a Netflix falou nesse, perdi 2h da minha noite. Chateada!
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