A cena inicial deste drama é provavelmente a melhor de todo o projeto: dois homens se encontram num terreno, sob forte chuva, para assinar um contrato de venda. Nakano (), de ascendência japonesa, mostra-se mais reservado, enquanto o outro, o expansivo João (), aceita o acordo sem pensar duas vezes. Existe algum mistério sobre este encontro, sobre as relações entre eles, sobre os termos do contrato, e especialmente sobre a chuva torrencial que se interrompe no momento exato em que o contrato é firmado. Existe certa magia no ar, discreta e silenciosa. Dali em diante, a narrativa se move quase unicamente por diálogos. A maioria das cenas apresenta dois ou três personagens conversando na entrada de casa, à mesa de jantar, sobre o sofá, na cama, dentro de um carro, sobre o terreno, perto da praia. Entre tantas falas, explicam aquilo de que o espectador precisa saber: o passado de Roberto ()
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