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    A Vida em Si
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Vida em Si

    This is Us: O Filme

    por Lucas Salgado

    O nome do filme é A Vida em Si, mas poderia ser muito bem This is Us: O Filme. Criador de This is Us, uma das séries mais bem sucedidas da atualidade, o diretor e roteirista Dan Fogelman usou vários elementos de sua produção televisiva em sua nova empreitada nos cinemas. O longa conta a história de uma família através de décadas, abusando de momentos emocionantes e tragédias pessoais, mesclados com outras sequências fofas e delicadas. Ou seja, é This is Us.

    Na verdade, a comparação só perde sentido na medida em que a série é mais bem acabada que a produção cinematográfica, que tem seus valores, mas que também escorrega bastante. A trama tem foco principal no casal Will (Oscar Isaac) e Abby (Olivia Wilde), mostrando de quando se conheceram até o momento que estão prestes a ter uma filha. A partir de um jogo de pistas e recompensas, e uma série de flashbacks, o filme vai abrindo seu leque e expandindo a ação principal.

    Além de tomar um bom tempo para contar sua história, o roteiro faz uma série de concessões em prol da emoção mais fácil, criando ligações improváveis. O elenco traz ainda nomes como Annette Bening, Mandy Patinkin, Olivia CookeAntonio Banderas e Samuel L. Jackson. O último surge numa participação divertida e inusitada.

    O texto de Fogelman brinca bastante com a ideia de metalinguagem. Em alguns momentos, como na participação de Jackson, funciona. Em outros, nem tanto, como quando trata de explorar a noção por trás da narração da trama. A personagem de Olivia Wilde escreve uma tese sobre narração não-confiável, e o diretor acaba se perdendo dentro da própria premissa.

    Como em sua série, o cineasta usa a trilha sonora para carregar emocionalmente as cenas. E isso não significa algo necessariamente ruim. Aqui, funciona bem a utilização da trilha, em especial as referências a Bob Dylan.

    Life Itself (no original) parece ter nascido da ideia inserida na história como sendo a tese de Abby. O que, por si só, é um problema, uma vez que a mesma tem dificuldades de provar seu valor ou ponto de vista. A verdade é que o filme funciona como aquela atração leve para ver em casal e chorar um pouquinho, mas que nunca vai muito além disso.

    Filme visto durante o Festival de Toronto, em setembro de 2018

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    Comentários

    • Marcos Araujo
      Realmente, o filme não é bom não. É EXCELENTE!!!! Respeito muito a opinião dos críticos profissionais, mas 9 em cada 10 pessoas que assistem a um filme são leigas e apenas querem se divertir e emocionar. O cinema é pura arte mas é muito mais diversão e emoção. Reflitam quanto a isso.
    • Zalegria
      Achei a sinopse aquém do que o filme apresenta, são várias histórias entrelaçadas, bastante sensível e principalmente angustiante no primeiro ato, enredo que prende (aonde isso vai dar?). Achei o filme bom
    • Luciana
      É engraçado que lendo a sinopse não dei nada pelo filme. Mas gostei bastante! Achei complexo e profundo. Tinha passado o dia tudo estudando sobre saúde mental e fechei a noite vendo esse filme, então pra mim foi uma aula sobre a complexidade da mente humana, de como determinados fatos podem desencadear determinados comportamentos. Muito bom!
    • Nathalia P
      Pensei EXATAMENTE o mesmo! O filme traz referências preciosas sobre constelação familiar! E é de uma profundidade que só quem quer acessar esse lugar pode ver.
    • Susana S
      Interessante como um filme com cunho teórico tão profundo, se transforma em filme para ver em casal sob a ótica de alguém que não tem condições de acessar tal conteúdo. Conhecendo um pouco da constelação familiar, desenvolvimento por Bert Hellinger pude apreciar esse filme de forma entusiasmadas. A forma de contar histórias cruzadas com humor, dor e certo romantismo dá um tom autêntico ao filme. Lamentável que tal conhecimento científico não tenha a popularidade necessária a permitir que todos os desgustadores dessa obra de arte possam atestar sua grandiosidade, no que tange as relações humanas. Feliz em poder apreciar esse filme com a base teórica que ele exige.
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